Em Nova Iorque, Brasil assina acordo de emissão de títulos verdes
Ministério da Agricultura busca estimular novas fontes de financiamento da agropecuária

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A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) assinou semana passada um memorando de entendimento com a organização não governamental Climate Bonds Initiative (CBI) para desenvolvimento do mercado de títulos verdes do setor agropecuário brasileiro. Com este ato, o Ministério da Agricultura busca estimular novas fontes de financiamento da agropecuária brasileira, promovendo práticas e tecnologias sustentáveis.
Este tipo de iniciativa é possível a partir da edição da Medida Provisória do Agro (MP 897/2019), que estabelece mecanismos para investimento no setor rural brasileiro. A MP está tramitando no Congresso. “Esta medida provisória também contribuirá para intensificar o segmento das finanças verdes no Brasil, com destaque para investimentos em Green e Climate Bonds”, disse a ministra, em discurso no encontro sobre oportunidades de investimento na agricultura brasileira, em Nova Iorque.
Conforme dados da Climate Bonds Initiative e Green Bond Data, no ano passado, foram investidos US$ 167 bilhões de títulos verdes. A ministra citou uma usina de São Paulo que será a primeira empresa no mundo a emitir títulos de dívida verdes certificados para bioenergia. Está prevista a emissão de cerca de US$ 50 milhões títulos recebíveis do agronegócio (CRA), certificados pela CBI, que deve atrair investidores interessados em elevar sua participação em projetos limpos.
“O Ministério quer impulsionar essa agenda. O memorando de entendimento com a Climate Bonds Initiative certamente trará importantes resultados para o segmento”, afirmou a ministra.
Investimentos
A assinatura do memorando foi realizada durante evento sobre oportunidades de investimentos na agricultura sustentável brasileira. No encontro, Tereza Cristina apresentou as melhorias adotadas no setor agropecuário brasileiro com a edição da MP do Agro. Entre elas, a possibilidade de emissão de título em moeda estrangeira para investidores não residentes, o que possibilita maior facilidade para o investimento no Brasil. Para a ministra, há no Brasil “um enorme potencial para este tipo de investimento”.