Em Nova York, Goiás posiciona Cerrado no debate global sobre sistemas alimentares e transição verde!
Estado leva à ONU a experiência do bioma, que combina produtividade, inovação agroindustrial e preservação ambiental

Foto: Divulgação
Goiás dá um passo inédito ao reposicionar-se no cenário internacional como protagonista do debate sobre sistemas alimentares e transição verde. No próximo dia 23 de setembro, durante a Climate Week NYC, evento organizado pelo Climate Group em parceria com a ONU e realizado em paralelo à Assembleia Geral das Nações Unidas, o estado apresentará ao mundo como o Cerrado - bioma que responde por mais da metade da produção de grãos do Brasil e é fundamental para a segurança alimentar global – se consolidou como estratégico para conciliar produção de alimentos, inovação agroindustrial e preservação ambiental.
O painel “Agricultura e Inovação no Cerrado” destacará práticas já aplicadas em Goiás, como plantio direto, agricultura regenerativa, integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o uso crescente de biocombustíveis derivados da soja, milho e cana. Também será apresentada a meta assumida por produtores, indústrias e governo de manter desmatamento ilegal zero no estado. Estudos apontam que lavouras de soja e milho em sistema de plantio direto sequestram uma quantidade significativamente maior de carbono do que a própria vegetação nativa, reforçando o papel do Cerrado como bioma de baixo carbono.
Convidado pela própria ONU, o presidente da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial), Edwal Portilho (Tchequinho), representará o Brasil no evento. “Não somos apenas o celeiro, mas o supermercado do mundo. Quando conectamos produtividade, sanidade e logística com conservação, geramos competitividade duradoura para quem produz e segurança para quem consome”, destaca Portilho.
Goiás como referência global
O reposicionamento de Goiás acontece em um contexto de crescimento acelerado. Em pouco mais de duas décadas, o estado multiplicou seu PIB industrial de R$ 22 bilhões para R$ 377 bilhões, impulsionado pela agroindustrialização no Cerrado. Esse avanço permitiu não apenas a expansão da produção de grãos, carnes, fibras e bioenergia, mas também a consolidação de um modelo que alia escala e sustentabilidade.
Hoje, o Cerrado é responsável por 55% da soja, 49% do milho e 85% do algodão do Brasil, além de cadeias fortes de proteína animal (aves, suínos e bovinos), leite e biocombustíveis (etanol e biodiesel). Esses números colocam Goiás e o Cerrado como atores centrais da segurança alimentar global. “Esses números mostram que é possível gerar emprego, industrializar e conservar”, reforça Portilho.
Cerrado além da Amazônia
Comumente ofuscado pela Amazônia nos debates internacionais, o Cerrado emerge agora como peça central da transição verde. O bioma concentra nascentes que abastecem oito das doze principais bacias hidrográficas brasileiras e sustenta parte significativa da produção global de grãos, fibras e proteínas. Sua relevância vai além da agricultura: o Cerrado é também um provedor de serviços ambientais, como o sequestro de carbono no solo e a proteção da biodiversidade.
“Quando conectamos produtividade, sanidade e logística com conservação, criamos competitividade durável para quem produz e segurança para quem consome. É esse modelo que vamos mostrar em Nova York”, completa Portilho.
Agenda global e próximos passos
A participação de Goiás na Climate Week NYC é parte de uma agenda mais ampla de inserção do Cerrado no debate climático. Em 2026, terá início um diagnóstico oficial do bioma, conduzido pelo Pacto Global da ONU – Rede Brasil em parceria com entidades nacionais, incluindo a Adial. O estudo vai mapear práticas de baixo carbono, avaliar o potencial de sequestro de carbono do Cerrado e propor diretrizes de políticas públicas e investimentos.
Por que importa agora
Segundo a ONU, mais de 700 milhões de pessoas vivem em insegurança alimentar no mundo. O Cerrado já demonstra que é possível produzir alimentos em escala, gerar energia limpa e mitigar mudanças climáticas. O bioma combina:
* Plantio direto e ILPF que reduzem emissões e recuperam solos degradados;
* Agricultura regenerativa que melhora a biodiversidade do solo e reduz insumos químicos;
* Bioenergia (etanol de milho, biodiesel, biogás) que substitui combustíveis fósseis;
* Rastreabilidade e inclusão produtiva de pequenos e médios produtores.
“Temos condições de alimentar o mundo fazendo o bem, com ciência, inclusão produtiva e preservação ambiental. A Climate Week é a vitrine certa para mostrar que Goiás e o Cerrado estão prontos para liderar essa transição”, conclui Portilho.
Sobre a Climate Week NYC
Criada em 2009 pelo Climate Group, a Climate Week NYC acontece anualmente em Nova York, reunindo governos, empresas e sociedade civil em centenas de eventos. É hoje uma das maiores plataformas do mundo para anunciar compromissos e apresentar soluções de baixo carbono.
Cerrado em números
* Produção de grãos: 55% da soja, 49% do milho e 85% do algodão do Brasil vêm do Cerrado.
* Proteção ambiental: 52% da vegetação nativa do bioma permanece preservada.
* Água: O Cerrado abastece 8 das 12 principais bacias hidrográficas brasileiras.
* PIB de Goiás: R$ 22 bilhões em 2000 → R$ 377 bilhões em 2024, crescimento impulsionado pela agroindustrialização.
* Bioenergia: Etanol de milho, biodiesel e biogás ampliam a matriz energética limpa e reduzem dependência de fósseis.
* Baixo carbono: Lavouras de soja e milho em plantio direto sequestram até 10 vezes mais carbono do que áreas nativas.
* Segurança alimentar: A produção do Cerrado abastece cadeias globais e já compensou, sozinha, perdas de exportação causadas por crises internacionais, como a guerra na Ucrânia.
* Empregos: O setor industrial ligado ao agro em Goiás gera centenas de milhares de empregos diretos e indiretos.
* ESG na prática: Metas assumidas de desmatamento ilegal zero e rastreabilidade em cadeias produtivas.
Serviço
Painel - Agricultura e Inovação no Cerrado
Data - 23 de setembro de 2025
Local – Climate Week NYC, Nova York