Embaixador da UE reforça que aprovação de acordo com Mercosul depende de ações ambientais do Brasil
Conduta de Bolsonaro sobre desmatamento da Amazônia será acompanhada de perto pelo bloco

Foto: Reprodução/InfoMoney
O embaixador da UE no Brasil, Ignacio Ybañez Rubio, afirma que, embora o Acordo de Associação Mercosul-União Europeia esteja fechado, no entanto, o bloco espera que o governo Jair Bolsonaro tenha “muito mais ações de proteção ambiental”. Rubio destaca que a conduta do presidente será acompanhada de perto, principalmente em relação ao desmatamento na Amazônia.
Acertado em 2019, depois de 20 anos de negociação, o acordo prevê uma série de alterações em temas tarifários e não tarifários. Tanto para o Brasil quanto para a União Europeia, a negociação comercial é a mais importante já realizada, de acordo com o Ministério da Economia e representantes do bloco. Os dois blocos juntos tem 25% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
“O aumento do desmatamento da Floresta Amazônica causou muita preocupação. Essa foi a razão pela qual em 2019 não fomos capazes de assinar o acordo. Países da União Europeia têm uma preocupação muito grande com isso. Agora estamos em conversa com os países do Mercosul para reiterar esse componente da sustentabilidade. É vontade das duas partes chegar a um acordo em que o compromisso para que a situação da Amazônia seja reconduzido”, afirmou Rubio.
A mensagem de Bolsonaro na Cúpula de Líderes pelo Clima, há 10 dias, repercutiu na UE e foi numa boa direção, no diagnóstico do embaixador. “Queremos que essa palavra se transforme em realidade. Isso vai ajudar no destrave do acordo. Os resultados vamos ver em curto prazo, porque estamos entrando em período de seca, no qual o fogo vai começar na Amazônia. Vamos analisar como o presidente vai lidar com essa situação mês a mês. A data de assinatura do acordo será a data da realização”, disse.
Até agora, apenas nove dos 27 ministros da UE assinaram uma carta ao Comissário de Comércio, Valdis Dombrovskis, expressando apoio à assinatura e ratificação do acordo. Foram eles os ministros de Portugal, Espanha, Itália, República Checa, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Letônia e Estônia. Em apoio ao acordo, entidades empresariais, lideradas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgaram na sexta-feira (30) uma declaração defendendo o comprometimento sustentável do país.