Emprego deve se recuperar só após retorno da atividade econômica, diz Ipea
Segundo a pesquisa, a retomada depende do controle da pandemia do coronavírus

Foto: Agência Brasil
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), a recuperação do mercado de trabalho brasileiro após a crise causada pela pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, tende a ser mais lenta que o retorno da atividade econômica, que teve seu pior momento em abril. Segundo a pesquisa, a retomada depende do controle da pandemia.
Segundo o diretor adjunto de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, Marco Cavalcanti, em momentos de crise, os custos de demissões fazem com que os dados do mercado de trabalho piorem mais lentamente que os efeitos imediatos na atividade econômica. Da mesma forma, os custos de contratação fazem com que a retomada dos empregos seja mais lenta em momentos de recuperação.
"Como há muitos custos, os empresários só vão contratar ou demitir se tiverem segurança do cenário econômico que vem pela frente. Se os empresários estiverem inseguros em relação às perspectivas futuras, vão pensar duas vezes antes de começar a contratar", disse o pesquisador.
Os dados da Pnad-Covid, que é a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios focada nos impactos da Covid-19 realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), mostram que a taxa de desocupação aumentou para 12,1% nas duas primeiras semanas de junho. Na primeira quinzena de maio, o percentual era de 10,4%. Apenas na semana de 7 a 13 de junho, o número de trabalhadores que procuraram emprego e não encontraram aumentou em 700 mil pessoas, chegando a 11,9 milhões.