Empresas estatais registram rombo recorde de R$ 2,73 bilhões entre janeiro e abril, aponta BC
Banco Central também indicou crescimento da dívida pública

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
O déficit acumulado das empresas estatais federais, entre os meses de janeiro e abril de 2025, atingiu R$ 2,73 bilhões, segundo dados do Banco Central (BC) divulgados no dia 30 de maio.
O rombo alcançou um patamar recorde dentro da série histórica iniciada em 2002, ou seja, o maior número em 23 anos.
No ano anterior, no mesmo período, as empresas estatais tiveram um déficit de R$ 1,6 bilhão, que cresceu com o decorrer do ano e chegou a R$ 6,73 bilhões no acumulado de janeiro a dezembro de 2024. Somente no mês de abril deste ano, o déficit foi de R$ 1,4 bilhão.
O resultado se junta ao problema fiscal. Segundo o comunicado do BC, a dívida bruta do Brasil voltou a subir em abril e atingiu R$ 9,2 trilhões, o que equivale a 76,2% do Produto Interno Bruto, um crescimento de 0,3 ponto percentual em relação ao mês anterior.
O cálculo do BC desconsidera os grupos Petrobras e Eletrobras e diverge das contas feitas pelo Governo Federal. Ano passado, por exemplo, o déficit ficou em R$ 4,04 bilhões, segundo a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, vinculada ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), frente aos R$ 6,73 bilhões apontados pelo BC.
De acordo com o governo, a diferença acontece pois a instituição não exclui os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nem os resultados do grupo Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), além das diferenças metodológicas na coleta e cálculo.
As estatais são empresas que o governo detém parte ou todo o capital social. No Brasil, são classificadas como empresas públicas (quando 100% do capital pertence ao Poder Público) e sociedades de economia mista (quando parte do capital é negociado por entes privados na forma de ações).