Emprestar o nome é um risco para contrair dívidas

Cerca de 53% dos brasileiros arcam sozinhos com os débitos de terceiros, diz CNDL e SPC

[Emprestar o nome é um risco para contrair dívidas]

FOTO: Reprodução

O empréstimo de nome para ajudar um amigo ou um parente próximo nem sempre é uma boa escolha. Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostrou que 53% dos brasileiros entrevistados estão arcando sozinhos com o pagamento da dívida feita por terceiros.

O vendedor Daniel Ribeiro, 35, conta que a sua família já sofreu com isso. O pai, um tio e a irmã já emprestaram o nome para terceiros e não deu muito certo. Ele conta que o seu pai, por exemplo, teve que se virar sozinho para arcar com os compromissos. Já a pessoa que Daniel emprestou, ajudou a pagar, mas demorou um tempo e precisou muita cobrança dele. “Levou alguns meses. Tive que cobrar. Foi muito estressante”, contou ao Farol da Bahia.

A psicóloga Angela Amui, 52, também se arrepende de ter feito compras em uma loja de departamento no seu cartão para uma amiga. “Me dei mal”, revelou. Já a profissional autônoma Jaqueline Araújo, 34, ficou com o nome sujo na companhia de energia.  “Eu já emprestei meu nome e fiquei negativada na Coelba. Ainda não quitei e a pessoa ainda ficou sem falar comigo”, explicou.

Dos entrevistados ouvidos pelo levantamento do CNDL e SPC Brasil, apenas 32% afirmou que a pessoa que pediu o nome emprestado assumiu inteiramente o compromisso de quitar a pendência, e 14% estão pagando a dívida em conjunto.

A grande maioria dos que arcaram com o valor do empréstimo de terceiros (90%) tiveram que mudar hábitos para conseguir recuperar o crédito na praça, como, por exemplo, economizar e cortar gastos no orçamento (37%), fazer um bico (23%) ou até mesmo contrair um empréstimo ou pedir dinheiro emprestado a terceiros (23%).

Cobrança- Dentre esses entrevistados, 30% não cobraram o amigo ou familiar; 68% que fizeram a cobrança da dívida, não conseguiram o pagamento; 48% ouviu que a pessoa não teria dinheiro para pagar ou que pagaria quando tivesse condições (38%). Em 8% dos casos a pessoa que devia sumiu e não deu satisfações.

Apenas 12% dos entrevistados conseguiram receber o valor integral da dívida paga após a cobrança e em 94% o relacionamento com o devedor ficou abalado, sendo que para 32% desses, houve o rompimento da amizade.


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