Encontro internacional em Salvador discute dessalinização da água do mar
Na Bahia, 238 obras já foram contratadas pelo programa Água Doce, segundo governo federal

Foto: Ascom/Sema
Nesta quarta (22) e quinta-feira (23), a capital baiana sedia a III Edição do Seminário Internacional da Associação Latino-americana de Dessalinização e Reúso de Água (Aladyr), no Hotel Wish, centro de Salvador. O debate terá como temas centrais a dessalinização, o reúso e tratamento de água e efluentes.
O encontro conta com 300 participantes, dentre eles, líderes do setor de dessalinização na América Latina, representantes de empresas que atendem mundialmente o mercado de equipamentos e tecnologias, autoridades governamentais e sociedade.
O diretor de Recursos Hídricos e Revitalização de Bacias Hidrográficas do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), Renato Ferreira, afirmou que o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, desde o início da gestão dele, acolheu a pauta da dessalinização e reúso da água e o apoio às tecnologias de acesso à água de qualidade.
“Hoje temos mais de 600 plantas de dessalinização do Água Doce funcionando no país. O nosso desafio é avançar para uma política nacional de dessalinização e reúso da água, que passa necessariamente por uma gestão descentralizada das águas, de forma participativa e integrada com a agenda ambiental e com a política de uso e ocupação do solo”, disse o diretor. O secretário estadual do Meio Ambiente, João Carlos Oliveira, e o secretário de Infraestrutura Hídrica e Saneamento, Leonardo Góes, também participaram das discussões.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), em todo o mundo, cerca de três em cada dez pessoas - um total de 2,1 bilhões - não tem acesso à água potável. Com isso, a dessalinização da água do mar e salobra é uma das soluções pensadas para enfrentar esse problema, já que apenas 2,5% da água terrestre estão disponíveis para consumo humano.
Durante o encontro, que é apoiado também pela Secretaria do Meio Ambiente da Bahia (Sema) e Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), serão apresentadas as ações do Programa Água Doce nos estados do semiárido brasileiro, a primeira estação de dessalinização de grande porte no Brasil, em Fortaleza (CE), a tecnologia utilizada por Israel para a dessalinização e experiências em reúso de efluentes na América Latina.
A programação conta também com fóruns de debates sobre políticas públicas e desafios da sustentabilidade hídrica na América Latina, novas tecnologias e membranas utilizadas para reúso de águas, além de uma demonstração de dessalinização de água do mar no complexo Solar do Unhão.
Depois da Bahia, a Aladyr promoverá mais seis encontros na Flórida, nos EUA; em San José, na Costa Rica; Lima, no Peru; Bogotá, na Colômbia; Santiago, no Chile; e na Cidade do México.
Água Doce- Segundo o MDR, já foram contratadas ao todo 924 obras para a implantação dos sistemas. Destas, 738 foram concluídas: 238 estão na Bahia, 248 no Ceará, 57 na Paraíba, 29 em Sergipe, 18 no Piauí, 68 no Rio Grande do Norte e 80 em Alagoas.
Os convênios dos estados de Minas Gerais, Maranhão e Pernambuco estão em fase de diagnóstico. Mais de 1,2 mil moradores já foram capacitados para aprenderem a operar os equipamentos.
Segundo a Sema, na primeira etapa do programa foram implantados 145 sistemas de dessalinização, em 24 municípios do semiárido. Ainda, de acordo com a pasta estadual, a segunda etapa está em andamento e prevê a implantação, recuperação e gestão de mais 150 sistemas, totalizando um investimento de mais de R$ 60 milhões e beneficiando cerca de 200 mil pessoas de 48 municípios. Agora, na sua terceira etapa, a proposta é a implantação de mais 90 sistemas.