Entenda por que mesmo após novo caso de agressão, Dado Dolabella segue em liberdade!

liberdade Advogado explica cabimento de pedido de prisão preventiva

Por Michel Telles
Às

Atualizado
Entenda por que mesmo após novo caso de agressão, Dado Dolabella segue em liberdade!

Foto: Reprodução/Instagram

O ator Dado Dolabella voltou a ser envolvido em um caso de violência doméstica, uma agressão sofrida por sua ex-namorada, a modelo Marcela Tomaszewski. O caso teria ocorrido no último fim de semana, no Rio de Janeiro, e ganhou repercussão após o advogado da jovem afirmar que ela foi coagida a gravar um vídeo negando o episódio. O caso se soma a outros antecedentes do ator, que já foi condenado por agressões anteriores, mas que, mesmo assim, continua em liberdade.

A permanência fora da prisão levanta dúvidas sobre o funcionamento da Justiça em casos de violência doméstica, especialmente quando há histórico de reincidência. Para esclarecer os motivos, o advogado e presidente da Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP), Francisco Gomes Júnior, explica que a prisão preventiva é uma medida cautelar, prevista nos artigos 311 a 316 do Código de Processo Penal, e que só pode ser decretada em situações específicas.

De acordo com o especialista, a prisão preventiva serve como uma forma de proteger o andamento do processo e a integridade da vítima, podendo ser aplicada antes de uma condenação definitiva. “A vítima que denunciou, depois foi coagida e se encontra ainda sob o perigo da coação, ou seja, ela está intimidada para poder fazer a denúncia. Isso já seria um dos argumentos”, afirma. Ele acrescenta que a possibilidade de o agressor destruir provas ou intimidar testemunhas também pode justificar o pedido.

Mesmo com esses fatores, Gomes Júnior lembra que o pedido de prisão preventiva depende de provas concretas que demonstrem o risco atual. “Há uma série de requisitos no caso que, uma vez observados, justificam o cabimento de pedido de prisão preventiva. Nesse caso especificamente, o pedido é cabível, justificável ”, pontua o advogado.

O ator, no entanto, segue em liberdade porque a condenação que recebeu em outro processo foi em regime aberto e ainda está sujeita a recursos. Isso significa que a execução da pena não é imediata. Além disso, enquanto não houver novo processo referente à nova agressão, após a representação da vítima ou a instauração de ofício pelo MP de uma investigação, a Justiça não tem como conceder uma prisão.

Outro ponto que pesa é a ausência, até o momento, de um exame de corpo de delito e de medidas protetivas já deferidas. Sem esses elementos, a investigação não avança. Gomes Júnior destaca que, em casos de violência doméstica, a palavra da vítima tem grande relevância, mas precisa ser acompanhada de elementos que comprovem o risco concreto de continuidade das agressões ou de coação.

Embora o histórico de Dado Dolabella seja conhecido e contabilize processos e condenações anteriores, a legislação brasileira exige que a prisão preventiva se baseie em fatos atuais. O simples fato de haver reincidência não é suficiente. “O que pesa mesmo é o perigo atual”, reforça o advogado.

Segundo ele, o Ministério Público pode solicitar a prisão preventiva se entender que há risco à vítima ou à integridade das provas.

Com o novo caso de violência doméstica, o caso de Dado Dolabella expõe mais uma vez os desafios da aplicação da Lei Maria da Penha, sobretudo em situações em que a vítima recua por medo ou coação. “A prisão preventiva pode ser decretada, mas depende de provas e da atuação rápida das autoridades para garantir que a mulher esteja protegida e que o processo avance sem interferências”, conclui.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br
*Os comentários podem levar até 1 minutos para serem exibidos

Faça seu comentário

Nome é obrigatório
E-mail é obrigatório
E-mail inválido
Comentário é obrigatório
É necessário confirmar que leu e aceita os nossos Termos de Política e Privacidade para continuar.
Comentário enviado com sucesso!
Erro ao enviar comentário. Tente novamente mais tarde.