Brasil
Setor se diz perplexo com a decisão durante a pandemia
FOTO: Divulgação/ Prefeitura de Vitória da Conquista
A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), que representa as empresas operadoras de ônibus urbanos e metropolitanos, repudiou nesta quinta-feira (10), a decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de vetar o projeto de lei 3364/2020, que autorizava o repasse de até R$ 4 bilhões para socorrer o setor transporte público em estados e municípios diante da pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Entidades do setor afirmaram estar perplexas com a decisão. De acordo com a NTU, a entidade “reconhece a sensibilidade do governo e especialmente do Ministério da Economia em compreender a crise pela qual passa o transporte público, um dos mais impactados pelos efeitos da pandemia e mais estratégicos para o funcionamento das cidades”, que resultou na construção de uma proposta de auxílio emergencial no valor de R$ 4 bilhões para o setor que foi amplamente discutida e consensuada.
A entidade manifestou “estranheza e frustração'' com o anúncio do veto integral pelo próprio governo que conduziu a elaboração da proposta. “A NTU entende que há uma profunda incoerência neste veto, visto que o Executivo reconheceu a necessidade do socorro ao setor e sua importância para a retomada da economia; reconheceu que os protocolos sanitários e o distanciamento social aumentaram os custos dos operadores; previu fontes de recursos para o auxílio; indicou a necessidade de reestruturação desse serviço essencial e, para isso, até criou obrigações para os municípios em contrapartida à liberação dos recursos”, diz a entidade em nota.
De acordo com o presidente-executivo da NTU, Otávio Cunha, o governo precisa apontar uma solução para a situação crítica na qual o transporte coletivo se encontra, especialmente no momento em que os casos de Covid-19 voltam a subir no Brasil.
“A ocasião exige uma oferta de serviço de transporte público cada vez maior para minimizar riscos de contágio, o que só aumenta o desequilíbrio econômico-financeiro das empresas. O auxílio é absolutamente necessário e já deveria ter sido viabilizado há meses. Não faz sentido o veto nesse momento. Esperamos que o governo reconsidere a decisão, porque o setor não tem mais como garantir a continuidade do serviço no elevado nível de oferta exigido durante a pandemia, segundo os protocolos sanitários. Os ônibus não terão mais condições de operar”, disse Otávio Cunha.
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