Entidades da indústria criticam aumento da taxa Selic
Taxa básica de juros passou de 5,25% para 6,25% ao ano

Foto: Reprodução/CNI
Entidades da indústria criticaram, nesta quarta-feira (22), a elevação dos juros básicos da economia em 1 ponto percentual pelo Banco Central (BC). De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o aumento de 5,25% para 6,25% da Selic ao ano contribui para retrair o consumo e pode causar uma nova recessão.
Além disso, a CNI afirma que tanto a produção industrial, quanto o emprego se recuperaram dos níveis anteriores à pandemia de Covid-19, então, aumento da taxa pode ameaçar ambos.
“Ao perseguir a meta de inflação do ano que vem com aumentos expressivos da Selic, o Banco Central põe em risco a recuperação econômica e aumenta a probabilidade de uma recessão no próximo ano", afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) também avaliou a situação do mesmo ponto de vista. A entidade argumenta que o aumento da Selic prejudica as famílias e as empresas que passam um momento de frágil recuperação dos efeitos da pandemia e de aumento recente no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
“O percentual da renda das famílias comprometido com dívidas é recorde. Saltou de 49,4% em junho de 2020 para 59,2% em maio de 2021, último dado disponível. O aperto monetário agrava esse quadro de endividamento, reduzindo o consumo das famílias e prejudicando a atividade econômica”, afirma a entidade.
Já a Associação Comercial de São Paulo, que também criticou o aumento, avalia que o varejo já começa a sentir o impacto do aumento dos juros e do IOF, devido ao crédito mais caro e um menor espaço para o consumo.

A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) destacou que o aceleramento no ritmo de aumento da taxa foi "excessivo" e pode comprometer a economia.
“Acreditamos que a evolução do quadro inflacionário atual e as expectativas inflacionárias à frente seguem sendo de manutenção do ciclo de alta da taxa de juros, dados os fatores relacionados ao risco fiscal e a recomposição da demanda.”, destaca a entidade.


