Epstein elogiou Bolsonaro e sugere suposta ligação telefônica com Lula; Planalto nega
Na época Lula estava preso e sem acesso a telefones

Foto: Reprodução/Netflix
Documentos divulgados pela Câmara dos EUA sobre as investigações do caso Epstein trazem menções ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O bilionário americano, que era investigado por abuso sexual de menores de idade e chefiar uma rede de tráfico humano, disse em mensagens enviadas entre 2018 e 2019 que teria tido contato telefônico com Lula, na ocasião preso na sede da Polícia Federal, em Curitiba. No mesmo email, ele chama Jair Bolsonaro de "o cara", na época o ex-presidente era candidato ao executivo.
A identidade de quem recebeu as mensagens foi mantida em sigilo. Segundo Epstein, a ligação teria sido intermediada pelo linguista e teórico Noam Chomsky. A Secretária de Comunicação da Presidência da República afirmou que a ligação telefônica nunca aconteceu.
"Chomsky me ligou com Lula. Da prisão. Que mundo", escreveu Epstein. O interlocutor responde pedindo que avise que "o meu cara vai ganhar no primeiro turno", se referindo à Jair Bolsonaro.
O advogado de Lula na época, Luiz Carlos Rocha, declarou que acompanhou a visita de Chomsky ao mandatário em 2018 e que não era permitida a entrada de celulares. "Nunca entrou um celular na cela de Lula. Um jornalismo honesto e decente teria feito uma simples consulta à Superintendência da PF para aferir o fato. Ou, o mais básico ainda, checar quem teve acesso à cela de Lula no dia, pois a visita foi amplamente divulgada, para saber desse entrou algum celular, violando a proibição existente", escreveu.
O Congresso dos EUA divulgou mais de 20 mil arquivos da investigação sobre Jeffrey Epstein. Entre o material, há trocas de e-mails que sugerem que Donald Trump tinha conhecimento dos crimes cometidos pelo bilionário.


