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Erros de português eliminam mais que falta de experiência na entrevista de emprego, diz pesquisa

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Erros de português eliminam mais que falta de experiência na entrevista de emprego, diz pesquisa

Veja os erros mais cometidos pelos candidatos

Por Da Redação
Erros de português eliminam mais que falta de experiência na entrevista de emprego, diz pesquisa
Foto: Getty Images

Com o avanço da vacinação contra o novo coronavírus, a expectativa é que novas oportunidades de emprego apareçam no final do ano. Conquistar uma vaga no mercado de trabalho, no entanto, exige do profissional algumas habilidades que perpassam o quesito experiência. Para 34% dos recrutadores que participaram de uma pesquisa realizada pela empresa de recrutamento online Catho, por exemplo, erros de português são o principal fator para eliminação de candidatos. 

Além disso, um levantamento realizado pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (NUBE) mostrou que 50,3% dos participantes à procura de um emprego não seriam aprovados pelo mesmo motivo. A pesquisa realizada pela Catho aponta que erros de português no currículo podem representar falta de domínio do idioma, falta de atenção e displicência. De acordo com os especialistas, essa falha na revisão do documento acaba com todas as chances de contratação.

Especialistas apontam, ainda, que os erros na escrita são comuns porque os brasileiros, em sua maioria, não têm interesse em se dedicar à própria língua. “As pessoas passam o tempo aprendendo outros idiomas como inglês, espanhol, francês, italiano, alemão, entre outros, por necessidade do mercado, para obter conhecimento sobre a cultura de outros países ou para poder viajar, e acabam deixando de lado o estudo mais aprofundado de seu próprio idioma. Claro que é louvável simpatizar com outras línguas e estudá-las, mas isso não exclui as vantagens que o falante da língua portuguesa também terá em se aprofundar em seu idioma", disse a assessora de Língua Portuguesa do Centro de Inovação Pedagógica, Pesquisa e Desenvolvimento do Colégio Positivo (CIPP), Irinéia Inês Scota.

Entre os erros mais cometidos, tanto nas entrevistas de emprego, quanto no dia a dia, veja um dos principais:

- "Ao invés de" e "em vez de"

De acordo com a professora de Língua Portuguesa Cláudia Fávero dos Santos, o termo "invés" é variante de "inverso", ou seja, o oposto. “Isso quer dizer que devemos utilizar ‘ao invés de’ apenas quando formos indicar uma oposição sobre algo, podendo ser substituído por ‘ao contrário de’. A expressão ‘em vez de’ é usada para dizer que estamos fazendo alguma coisa diferente da primeira proposta, mas que não necessariamente seja o oposto dela, e pode ser trocada por ‘em lugar de’. Na dúvida, ‘em vez de’ funciona melhor para todos os casos”.

- "Onde" e "aonde"

O professor de Língua Portuguesa Diego Emanuel Damasceno Portillo afirma que a palavra "onde" é utilizada para se referir a um lugar, e pode ser substituída por "em que". O termo "aonde" é a junção da preposição "a" com "onde", ou seja, é usado quando vem acompanhado de outro termo que também necessite da preposição "a" como, por exemplo, no caso do verbo "chegar". 

 -Locuções juntas ou separadas

De repente, de novo, por isso, a partir, em cima, são escritas sempre em separado. “É algo simples, mas são erros bem comuns de vermos no dia a dia”, ressalta a professora de Redação e Língua Portuguesa Paula Faustino.

-Uso incorreto do verbo “fazer”

A professora de Língua Portuguesa Kalen Franciele Piano esclarece que, quando o verbo “fazer” se refere a tempo transcorrido, ele é impessoal. Ou seja, não tem sujeito com quem concordar e então deve ser empregado no singular. Exemplo: "Faz dez anos que não a vejo".

-Uso dos pronomes mim e eu

Segundo a professora de Língua Portuguesa Mariana Nascimento do Carmo, a confusão com esses pronomes também é comum, mas simples de resolver. Use "para mim" antes de verbo, caso "mim" não tenha função de sujeito. Se for possível excluir ou deslocar a expressão "para mim", significa que "mim" não é sujeito daquele verbo. Ex: "É difícil para mim falar em público". "É difícil falar em público" ou "Para mim, é difícil falar em público". Nos demais casos, use "eu". Ex: "Empreste o livro para eu ler".

-Assistir e responder

O professor de Língua Portuguesa Diego Emanuel Damasceno Portillo explica que o verbo “assistir”, no sentido de ver, exige a preposição “a”, mesmo que o uso cotidiano esteja mudando. Está errado: "Ele assistiu o filme Guerra Infinita”. "Sem a preposição ‘a’, assistir tem sentido de assessorar, socorrer", esclarece. O certo é: “Ele assistiu ao filme Guerra Infinita”. Da mesma forma, a regência do verbo “responder”, no sentido de dar a resposta a alguém, é sempre indireta, ou seja, também exige a preposição “a”. É errado: “Ele não respondeu o meu e-mail" (apesar dessa regra, a tendência para a omissão da preposição é comum na linguagem coloquial, segundo o professor). O certo é: “Ele não respondeu ao meu e-mail”.

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