Escolinha de Salvador oferece bolsas de estudo para crianças negras e indígenas

Iniciativa da Maria Felipa oferece educação emancipadora e afrocentrada

[Escolinha de Salvador oferece bolsas de estudo para crianças negras e indígenas]

FOTO: Divulgação/ Dante Vicenzo

Famílias residentes em bairros periféricos ou em quilombos na capital baiana poderão concorrer a cinco bolsas para uma educação com perspectiva emancipadora na escolinha afrobrasileira Maria Felipa, através da terceira edição do “Adote um Educande”, a partir do dia 13 de outubro. O edital está disponível (aqui) e é direcionado a crianças negras e indígenas em situação de vulnerabilidade, com renda familiar de até 1,5 salário mínimo. 

As inscrições para concorrer às bolsas estudantis, divididas em duas para o grupo dois, duas para o grupo três e uma para o grupo cinco, podem ser realizadas até o dia 01 de novembro. O projeto, que existe na escola desde 2019 e já beneficia 10 crianças, busca abrir possibilidades futuras para a vida das pessoas negras e indígenas, que ainda hoje vivem o genocídio múltiplo, físico, dos conhecimentos, matrizes religiosas e memória, trabalhando desde a infância. 

“A bolsa oportunizou que eu e a minha família crescêssemos juntos. Se não fosse esse projeto, não teria a oportunidade de contar sobre o impacto tão positivo que a Maria Felipa promove para todos nós, para a subjetividade da minha filha. Esse é um legado para ela como mulher negra”, disse Mila Costa, mãe da Maya Costa, bolsista do projeto.

O Adote um Educande tem relação direta com a idealização da instituição, a primeira escola afro-brasileira do Brasil, que com uma formação afrocentrada e decolonial pretende reconstituir o tempo presente e dar coletivamente novos passos a uma emancipação social não só oferecendo a bolsa, mas custeando os materiais didáticos pedagógicos, aconselhamento psicológico de cada criança contemplada. O projeto é um compromisso social que a Escola estabelece com a sociedade e com as famílias que vão crescendo junto com a trajetória da instituição, que se organiza para acompanhar a criança até onde puder.

“Pensamos em atingir a criança no sentido mais amplo, no acesso e permanência na Escolinha, além da transformação das famílias a partir do projeto, pois acreditamos que a educação deve ser com plena participação e acolhimento . Então, se uma criança se atrasa, se algo está acontecendo, buscamos dar suporte, amparo, para além das bolsas. É importante para nós compreender que não é a bolsa pela bolsa”, disse Lorena Dias, secretária da Escola.

Processo seletivo

A seleção das bolsas é dividida em 3 fases:

1. Envio da documentação por e-mail
2. Avaliação diagnóstica da documentação
3. Entrevista pela comissão avaliadora.

Os inscritos devem enviar para o email Escolinha ([email protected]) os documentos:

- RG e CPF do grupo familiar (residentes da mesma casa)
- Documentação da criança
- Uma foto 3x4
- Cartão de vacina
- Documentos de comprovação de vulnerabilidade social (CadÚnico ou Cartão Bolsa Família), comprovação de renda ou ausência de renda, carteira de trabalho, últimos três contracheques, comprovante de residência (caso seja alugada, fazer declaração assinada com o próprio punho).
 


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