Especialistas afirmam que festas e verão devem causar mais impacto nas mortes que início da pandemia
Pico de casos e mortes está previsto para ocorrer no começo de 2021

Foto: Reprodução/G1
As festas de fim de ano (Natal e Ano Novo) e o verão devem causar um impacto maior nas mortes causadas pelo coronavírus do que o início da pandemia, em março. Especialistas preveem pico como consequência dos encontros e aglomerações na reta final de 2020 e início do próximo ano.
"A perspectiva para janeiro é muito ruim", diz Paulo Lotufo, professor de epidemiologia da Universidade de São Paulo (USP). A explicação está justamente nas idas às praias, por exemplo. Quem sai da capital corre o risco de levar o vírus principalmente para quem trabalha nos pontos turísticos, como quiosques.
Estar na praia, em tese, não é exatamente o problema. Caso a presença de um elevado número de pessoas fosse de moradores locais, com respeito ao distanciamento social, a questão nem seria tão grave, diz o especialista. O problema central é o envolvimento do trânsito de turistas.
O impacto será sentido, a princípio, nas cidades litorâneas. "Os prefeitos fingem não saber: quem vai se contaminar são os trabalhadores, moradores das cidades. Então, daqui um tempo, eles terão uma quantidade muito grande de pessoas infectadas, doentes, por todo esse fluxo de turistas", explica Lotufo.