O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) recomendou que os estados declarem emergência zoossanitária devido ao surgimento de dois casos de gripe aviária em aves domésticas no país. Os registros foram feitos no Espírito Santo, na cidade de Serra, e em Santa Catarina, na pequena propriedade de Maracajá.

Na quinta-feira (20), o ministro Carlos Fávaro se reuniu com governadores e representantes dos estados e do Distrito Federal, orientando para que os governos declarem o estado de emergência zoossanitária e intensifiquem as ações de contenção, impedindo o avanço da doença, especialmente em aves comerciais.

Em maio, o Mapa já havia declarado estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional após o registro dos primeiros focos da doença em aves migratórias neste ano. Agora, a orientação é que os estados adotem medidas semelhantes para fortalecer as medidas de enfrentamento à gripe aviária, mesmo em regiões sem registro da doença, visto que um único caso em ave comercial poderia afetar todo o país.

O caso de Santa Catarina resultou na suspensão da compra de aves vivas e de carne de aves produzidas no estado pelo governo japonês. Santa Catarina é o segundo maior exportador de frango do Brasil, tendo comercializado 545,5 mil toneladas para outros países no primeiro semestre, sendo 219,8 mil toneladas destinadas ao Japão, um aumento de 8,5% em relação ao ano anterior.

Com o objetivo de reverter a decisão japonesa, o Mapa aproveitará uma missão comercial e empresarial na próxima semana, liderada pelo ministro Carlos Fávaro, que participará de reuniões e seminários na Coreia do Sul e no Japão com exportadores de carnes. O governo brasileiro enfatiza que está comprometido em reabrir o mercado japonês ao frango brasileiro o mais rápido possível, enviando esclarecimentos às autoridades sanitárias japonesas para demonstrar que o Brasil continua livre de gripe aviária para aves comerciais.

O Brasil, líder mundial nas exportações de carne de frango, com 35% do mercado global, é um dos poucos países que mantêm o status de livre da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (Gripe Aviária) em aves comerciais, seguindo o protocolo da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Esse resultado é fruto de um sistema de defesa sanitária internacionalmente reconhecido que tem permitido o controle da situação pandêmica.