Estados preveem atraso nos salários de servidores
Sanção de ajuda dificulta ainda mais a situação do cofres públicos

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Os cofres dos governos estaduais estão sendo prejudicados pela pandemia do coronavírus e a falta de dinheiro, agravada pelo atraso na sanção da ajuda aprovada pelo congresso, já ameaça prejudicar o pagamento de servidores e a adoção de medidas de enfrentamento. "Boa parte dos estados já estava praticamente falida. Com a queda de arrecadação, a situação se agrava e a oferta de serviços deve ser afetada", afirma o economista Raul Velloso, especialista em contas públicas.
A espera pela sanção da lei que prevê um socorro de R$ 120 bilhões (dos quais R$ 60 bilhões em repasses diretos) para governadores e prefeitos torna cada vez mais crítica a situação do Rio, que está em regime de recuperação fiscal. De acordo com o secretário estadual de Fazenda do Rio de Janeiro, Luiz Cláudio Rodrigues de Carvalho, mesmo que a ajuda federal seja efetivada, o estado corre o risco de atrasar salários de servidores e pagamento de fornecedores em setembro por falta de dinheiro.
As quedas de receitas não é exclusividade do estado fluminense. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a arrecadação caiu 17,5% em abril, com uma frustração de R$ 700 milhões. Com menos dinheiro em caixa, o pagamento da folha dos servidores, que já sofre parcelamento há quatro anos, deve piorar ainda mais. Em março, os salários foram pagos com 30 dias de atraso. Em abril, só quem recebe até R$ 1.500 terá o dinheiro na data prevista.
O governador da Bahia, Rui Costa, afirmou, em coletiva realizada na segunda-feira (11), que o estado tem caixa para os dois próximos meses, porém, não sabe como será situação após o período. "Maio e junho temos caixa, temos fluxo para pagar os salários. Nos outros meses não está garantido, vamos trabalhar para não ter nenhuma intercorrência. O governador tem que sinalizar para que as pessoas possam se planejar. Estou recomendando que não aumente o nível de endividamento para que a gente consiga passar essa tempestade", disse.
Em Minas Gerais, a queda na arrecadação em abril foi de R$ 1 bilhão. Para maio, a frustração deve bater em R$ 2 bilhões, cerca de 40% do esperado para entrar no cofre no mês. o governo mineiro só conseguiu garantir o pagamento dos servidores do Executivo que atuam nas áreas da Saúde e Segurança Pública, que terão os salários depositados, integralmente, na próxima sexta. Ainda não há uma data prevista para o pagamento das demais categorias.