Estudo americano aponta redução na mortalidade após cirurgia bariátrica

Um amplo estudo, publicado no periódico Obesity, mostra reduções significativas nas taxas de mortalidade por diversas causas, incluindo doenças cardiovasculares e câncer, em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica em comparação com participantes não cirúrgicos com obesidade grave. 

O estudo também aponta evidências que sugerem aumento do risco de morte por doença hepática crônica, além de taxas mais altas de morte por suicídio em pacientes mais jovens que fizeram cirurgia bariátrica em comparação com participantes não cirúrgicos. 

Os pesquisadores observam que os achados podem levar a uma triagem psicológica pré-cirúrgica mais minuciosa e ao acompanhamento pós-operatório. O pesquisador Ted D. Adams, da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, observa que as descobertas podem não apenas aumentar o interesse na cirurgia, mas, além disso, estimulam ainda mais pesquisas relacionadas à descoberta de mecanismos fisiológicos que resultam em indicadores positivos de quem realiza o tratamento não cirúrgico.

Amplo estudo

No estudo, os especialistas se baseiam nos resultados de mortalidade relatados por diferentes grupos após a cirurgia de bypass gástrico, estendendo o acompanhamento por até 40 anos. Os pesquisadores usaram informações do banco de dados de população de Utah (UPDB, em inglês) para o estudo atual. 

O UPDB inclui informações vinculadas baseadas na população do estado norte-americano com certidões de nascimento e de óbito, carteiras de habilitação e de identidade e cartões de registro de eleitor.  Os pacientes que se submeteram à cirurgia bariátrica em Utah entre 1982 e 2018 foram identificados em três grandes consultórios cirúrgicos bariátricos em Salt Lake City e nos registros médicos da Universidade de Utah e do Intermountain Healthcare Enterprise Data Warehouses. 

Os resultados revelaram que a mortalidade por todas as causas foi 16% menor em pacientes que fizeram cirurgia bariátrica em comparação com participantes não cirúrgicos. A menor mortalidade foi observada tanto para homens quanto para mulheres. A mortalidade após cirurgia versus não cirurgia diminuiu 29%, 43% e 72% para doenças cardiovasculares, câncer e diabetes, respectivamente. As taxas de mortalidade para homens e mulheres por doença hepática crônica foram 83% maiores em pacientes que fizeram cirurgia em comparação com participantes não cirúrgicos.