Varíola dos macacos ainda é problema de saúde pública no mundo, dizem especialistas da Fiocruz
Até o dia 24 de janeiro, Brasil registrou 10.711 casos da doença

Foto: CDC/Brian W.J Mahy
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e a revista científica The Lancet Regional Health Americas, lançaram na quarta-feira (25), uma edição especial do encarte Mpox multinacional nas Américas: Lições do Brasil e do México, com artigos sobre a monkeypox ou "varíola dos macacos", como é popularmente conhecida. As informações são da Agência Brasil.
De acordo com a editoria-chefe da revista, Taissa Vila, embora esteja caminhando para a resolução em alguns países, a varíola ainda é um problema de saúde pública em diversos locais do mundo.
Para a infectologista Beatriz Grinsztejn, chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em HIV/Aids (LapClin Aids) e presidente eleita da International Aids Society (IAS), é importante remeter ao fato de que a Mpox “é uma doença negligenciada em termos de pesquisa e de recursos e tratamentos efetivos”, que poderiam ser disponibilizados, evitando ocorrência elevada e mortes nos países pobres da África.
Já a professora titular do Departamento de Psicologia Social da Universidade de São Paulo (USP), Vera Paiva, destaca cinco áreas não podem ser ignoradas em nenhum tipo de pandemia: a primeira é que estejam associadas a pessoas de segmentos mais vulneráveis; é necessário também diferenciar as estruturas do sistema de saúde; combater mensagens enganosas e imprecisas, a exemplo das fake news (notícias falsas); reduzir a dependência a vacinas e tratamentos estrangeiros e solucionar crise de governança em que se desenrola a luta contra as epidemias.
Até o dia 24 de janeiro de 2023, foram confirmados 10.711 casos da varíola no Brasil, com 11 registros de óbitos. Os estados mais afetados foram São Paulo e Rio de Janeiro. Em 2022, o INI atendeu 416 casos confirmados no Rio de Janeiro e 402 casos descartados.


