Estudo aponta que coronavírus é capaz de infectar células do pâncreas

Cientistas buscam entender a relação entre a Covid-19 e a diabetes

[Estudo aponta que coronavírus é capaz de infectar células do pâncreas]

FOTO: Reprodução/Pixabay

Após o registro de aumento nos casos de diabetes durante a pandemia, o grupo Covidiab Registry solicitou que endocrinologistas de vários países enviassem informações de início de casos de diabetes possivelmente relacionados à Covid-19. O estudo, publicado na revista científica Cell Metabolism, apontou que o coronavírus é capaz de infectar as células do pâncreas que produzem a insulina (que reduz o açúcar no sangue) e pode ter essas células como alvo de destruição. 

A iniciativa é do cardiologista Daniel Branco de Araújo, assessor científico da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) e médico do Ambulatório de Dislipidemias e Diabetes do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, que passaram a acompanhar os casos de perto. 

As pesquisas em volta do tema ainda não possuem respostas definitivas, mas a hipótese é que o sistema imunológico reage de forma exagerada ao tentar se proteger do coronavírus e acaba atacando o próprio corpo, provocando inflamações, o que ocasionaria o estresse no pâncreas e elevaria os níveis de açúcar no sangue.

“A covid-19 é uma doença inflamatória que ataca o pâncreas também. E o paciente diabético é uma pessoa inflamada. Quando ele tem uma condição que o inflama ainda mais, a tendência é piorar. Mas não sabemos ainda se o aumento de casos se estabeleceu porque na pandemia as pessoas ficaram mais sedentárias e engordaram, por exemplo, ou pela própria infecção por covid”, afirmou Araújo.

“Todos esses casos estão em estudo ainda, estão sendo monitorados. Mas não temos certeza absoluta do mecanismo que causa e nem resultados definitivos”, destaca.

De acordo com o Atlas de Diabetes da IDF (International Diabetes Federation), estima-se que, em 2020, existiam ao menos 537 milhões de diabéticos no mundo. O número representa um aumento de 16% em relação ao ano de 2019, quando a entidade contabilizava 463 milhões de pessoas.

No Brasil, segundo a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), são 16,8 milhões de diabéticos, atrás apenas da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão.


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