Estudo aponta que leite materno produzido por mães vacinadas tem anticorpos contra a Covid-19

Pesquisa acompanhou 84 mulheres que tomaram o imunizante da Pfizer/Biontech

Por Da Redação
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Estudo aponta que leite materno produzido por mães vacinadas tem anticorpos contra a Covid-19

Foto: Reprodução / Agência Saúde

Um estudo publicado na última segunda-feira (12), na revista científica americana "The Journal of the American Medical Association (JAMA)", aponta que dois anticorpos específicos contra o novo coronavírus (IgA e o IgG) foram identificados no leite materno produzido por mulheres que receberam a vacina.

Os pesquisadores avaliam que o leite materno pode ser uma fonte de anticorpos contra a Covid-19 para os recém-nascidos, embora essa conclusão dependa de novos estudos específicos.

“Os anticorpos encontrados no leite materno dessas mulheres mostraram fortes efeitos neutralizantes, sugerindo um potencial efeito protetor contra infecção em bebês”, afirmam os cientistas no artigo sobre a pesquisa.

Os pesquisadores, para chegar aos resultados que confirmaram a presença dos anticorpos no leite, acompanharam um grupo de 84 mulheres em Israel entre 23 de dezembro de 2020 e 15 de janeiro deste ano. Todas as participantes receberam as duas doses do imunizante fabricado pela Pfizer-Biontech respeitando o intervalo de 21 dias entre as doses.

De acordo com o estudo, as amostras de leite materno foram colhidas antes e depois da administração da vacina. Após a aplicação do imunizante, os pesquisadores coletaram o leite materno semanalmente durante um período de seis semanas a partir do 14º dia após a primeira dose da vacina. Ao todo, foram colhidas 504 amostras de leite materno.

Segundo os resultados, dentre as amostras colhidas na primeira semana, 61,8% apresentaram anticorpos IgA contra a Covid. Após a segunda dose da vacina, esse percentual sobe para 86,1%.

Já no caso do anticorpo IgG, os níveis das células de defesa contra a doença permaneceram baixos durante as três primeiras semanas e foram aumentando a partir da quarta semana, após a segunda dose do imunizante. Entre as semanas 5 e 6, 97% das amostras de leite materno testadas apresentaram o anticorpo.

Os autores do estudo informam que esse aumento acontece porque a segunda dose da vacina é responsável por estimular o corpo a produzir um número maior de anticorpos, enquanto que a primeira dose ensina o corpo a reagir à doença.

A pesquisa investigou dois anticorpos: O IgA e o IgM. Os anticorpos são proteínas do sistema imune e são uma das frentes de defesa do corpo contra doenças. Existem diferenças entre os anticorpos: o IgA, no geral, protege contra infecções de membranas mucosas presentes na boca, vias aéreas e aparelho digestivo. Já o IgG é o principal anticorpo presente no sangue e age dentro dos tecidos para combater infecções.

Eficácia nos bebês

Os pesquisadores, liderados por Sivan Haia Perl, do Shami Medical Center, apontam que o estudo tem limitações e não permite concluir que bebês estão protegidos contra a Covid por terem recebido anticorpos no leite materno. Eles afirmam que não realizaram "nenhum ensaio funcional" para testar a possibilidade, embora estudos anteriores já tenham mostrado capacidade de neutralização dos mesmos anticorpos.

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