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Estudo aponta que proteína do fígado pode ter papel importante na origem do Alzheimer

Substância produzida no órgão pode causar neurodegeneração no cérebro

Por Da Redação
Ás

Estudo aponta que proteína do fígado pode ter papel importante na origem do Alzheimer

Foto: Reprodução/Pixabay

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Curtin, na Austrália, descobriu que, apesar de o fígado ser um órgão essencial para a vida, a maior glândula do organismo pode ter papel fundamental no início ou progressão do Alzheimer. Segundo os pesquisadores, isso ocorre porque a proteína (chamada amilóide) produzida no fígado pode causar a neurodegeneração no cérebro, uma característica da doença. 

Um dos marcadores patológicos do Alzheimer é justamente o acúmulo da beta-amiloide no cérebro, tanto em humanos quanto em animais. A substância, no entanto, está presente em outros órgãos. De acordo com o estudo, os níveis sanguíneos se correlacionam com a carga amiloide cerebral e declínio cognitivo, aumentando a possibilidade de que a proteína produzida perifericamente possa contribuir para a doença. 

Testar essa hipótese tem sido historicamente difícil, uma vez que o cérebro tem sua própria produção. Para realizar o estudo, os pesquisadores desenvolveram um camundongo capaz de produzir beta-amiloide apenas nas células do fígado. No processo, eles observaram que a proteína era carregada no sangue por lipoproteínas ricas em triglicerídeos, assim como em humanos, e passada do órgão para o cérebro.

Os cientistas descobriram que os ratos desenvolveram neurodegeneração e atrofia cerebral, que foi acompanhada por inflamação neurovascular e disfunção dos capilares cerebrais, processos comumente observados na doença de Alzheimer. Os animais afetados tiveram um desempenho ruim em um teste de aprendizado que depende da função do hipocampo, a estrutura do cérebro que é essencial para a formação de novas memórias.

As descobertas deste estudo indicam que a beta-amiloide derivada do fígado tem a capacidade de causar neurodegeneração e sugere que a proteína produzida no fígado é um potencial contribuinte para doenças em seres humanos. “Se essa associação for confirmada por outros estudos no futuro, passaremos a ter possibilidades terapêuticas novas. É uma grande esperança para o tratamento do Alzheimer”, afirmou Ben-Hur Ferraz Neto, cirurgião do aparelho digestivo.

Um outro estudo feito pelo Scripps Research Institute e publicado no periódico científico The Journal of Neuroscience Research identificou em camundongos os genes ligados à produção de beta-amiloide que estavam acumulados no cérebro dos animais. Com o resultado, os cientistas descobriram que três desses genes eram os responsáveis por produzir a proteína. Ou seja, quanto mais esses genes se expressam (capacidade de produzir a proteína), maior era a fixação da beta-amiloide no cérebro.

Os pesquisadores testaram nesses camundongos um remédio usado contra a leucemia mieloide crônica e tumores gastrointestinais chamado Gleevec. O medicamento não apresentou ação no cérebro, no entanto, foi eficaz na redução da beta-amiloide no fígado.

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