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Estudo da Fiocruz revela novos corredores de transmissão da febre amarela no Brasil

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Estudo da Fiocruz revela novos corredores de transmissão da febre amarela no Brasil

Pesquisadores geraram 147 genomas do vírus, gerando uma análise mais precisa da disseminação da doença

Por Da Redação
Estudo da Fiocruz revela novos corredores de transmissão da febre amarela no Brasil
Foto: Pixabay

Um estudo coordenado por várias unidades da Fiocruz e publicado na revista Science analisou a dinâmica de transmissão do vírus da febre amarela no Brasil nos últimos sete anos, identificando novos corredores de propagação. Utilizando dados epidemiológicos e estudos filogenéticos, que analisaram amostras de macacos e seres humanos infectados, os pesquisadores geraram 147 genomas do vírus, permitindo uma análise mais precisa da disseminação da doença.

A pesquisa revelou a existência de três linhagens do vírus (Ia, IIb e IIIc), sendo esta última, a IIIc, uma descoberta inédita associada a um corredor espacial de transmissão que liga o Norte do país à região conhecida como Bacia Extra-Amazônica, abrangendo os estados de Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais e Sul do Brasil. Isso representa a primeira evidência desse novo corredor de disseminação.

As três linhagens apresentaram diferentes padrões de transmissão, com a linhagem Ia se espalhando do Norte de Minas Gerais em direção ao Sudeste e Nordeste, e a linhagem IIb dispersando-se inicialmente de Goiás para o Sudeste, atingindo Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, com uma expansão para o Sul do país.

Os resultados também mostraram uma sincronicidade entre o risco estimado de disseminação do vírus e os picos epidêmicos, indicando a influência das mudanças climáticas nas condições propícias para a transmissão. A pesquisa apontou que o aumento da temperatura e da precipitação em algumas áreas pode estar contribuindo para a manutenção de focos de transmissão do vírus.

Além disso, o estudo observou que as alterações na legislação florestal em vigor desde 2016 contribuíram para a degradação dos ambientes florestais, aumentando a exposição dos trabalhadores rurais adultos, que atuam na exploração madeireira e na agricultura, ao vírus. Essa observação está em consonância com a incidência da doença, que foi maior entre homens com idade entre 45 e 49 anos, envolvidos nesse tipo de atividade.

O estudo ressalta a importância do monitoramento genômico do vírus da febre amarela e de outras doenças, considerando variáveis como condições climáticas, cobertura vacinal e incidência da doença para aprimorar a vigilância e o controle das doenças no país.

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