Há mais de 60 anos que as bonecas Barbie estão entre os brinquedos mais vendidos do mundo fazendo com que sua fábrica, à Mattel, tenha conseguido faturar mais de 3 bilhões de dólares em vendas, desde que foi lançada no mercado em 1959, pelas mãos de Ruth Handler. Por décadas, a boneca foi alvo de críticas por impor um ideal de beleza estereotipado, ainda mais tratando-se de um público que ainda está em formação, como é o caso das crianças.

A empresa ouviu o clamor de especialistas, Ongs, pais e movimentos sociais, se adaptou as frequentes mudanças em relação aos padrões de beleza e de representatividade, e reformulou algumas das suas bonecas. No ano de 2016, a Mattel lançou a linha Fashionista, que incluiu bonecas Barbies de variadas formas e tamanhos. A Barbie curvy foi bem recebida pelos pais e pela imprensa, tornando-se capa da revista Time em fevereiro de 2016, o que acabou causando um aumento de 7% nas vendas, até dois anos depois.

No entanto, surpreendentemente contra ao que esta ação representou na quebra de paradigmas, um estudo revelou que as bonecas “mais reais” da Barbie não foram bem aceitas pelo seu principal público: as crianças. A pesquisa aponta que o preconceito com a gordura é internalizado pelas crianças entre três e cinco anos de idade, então quando a boneca é apresentada a estas, elas já rejeitam o esteriótipo mesmo que este seja o “real”

De acordo com Jennifer Harriger, da Universidade Pepperdine, nos Estados Unidos e autora da pesquisa publicada na revista Psychology Today, as crianças, mesmo pequenas, têm preconceitos em relação a corpos com mais curvas. A boneca Curvy foi identificada por elas como a menos bonita, mais infeliz e menos esperta. Entre todas as crianças pesquisadas, foi a menos escolhida para brincar. E o motivo foi claro: o excesso de peso.