Estudos apontam falhas no cigarro eletrônico como estratégia para fumantes largarem vício
Um dos autores sugere que fumantes poderiam ter tido sucesso sem uso dos cigarros eletrônicos

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Duas pesquisas publicadas nessa quarta-feira (2) pela Escola de Medicina da Universidade da Califórnia, em San Diego, nos Estados Unidos (EUA), questionaram a prática do hábito de fumar cigarros eletrônicos como estratégia para que fumantes deixem o vício.
A primeira foi publicada no periódico "Plos One", onde foram entrevistados 2.770 fumantes diários que estavam tentando parar de fumar durante um ano. Desse total, uma parte deles fazia o uso dos cigarros eletrônicos. No ano seguinte, 9,6% dos usuários afirmaram ter tido abstinência do cigarro. Porém, não há evidências de que os índices sejam diferentes daqueles ex-fumantes que não usaram cigarros eletrônicos.
"Não encontramos nenhuma evidência, neste grupo representativo de fumantes americanos que estão tentando parar de fumar, que comprovasse a eficácia dos cigarros eletrônicos nesse processo", afirmou John P. Pierce, principal autor do estudo e professor do Centro Oncológico Moores da Universidade da Califórnia.
Já a segunda pesquisa, publicada no no American Journal of Epidemiology, entrevistou 2.535 pessoas, que fumam ou não diariamente, do segundo ano de avaliação PATH (estudo sobre Tabaco e Saúde), onde 17% disse que tentaria parar de fumar no ano seguinte e fizeram uso de cigarros eletrônicos nesse período.
Passado o período de um ano, na quarta avaliação PATH, apenas 13% afirmaram não ter fumado pelo menos durantes 12 meses.
"Os resultados obtidos sugerem que os fumantes tentando deixar o vício poderiam ter tido sucesso sem o uso de cigarros eletrônicos, com a vantagem de, mais rapidamente, se verem livres da dependência da nicotina", explicou a também autora do estudo Karen Messer e professora de Medicina Familiar e Saúde Pública no Centro Oncológico Moores.