EUA pressionaram Brasil a não comprar vacina Sputnik V, afirma departamento

O governo dos Estados Unidos pressionou o Brasil a rejeitar a compra da vacina russa Sputnik V contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. A informação consta de um relatório publicado pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos americano no dia 17 de janeiro. O documento faz um balanço anual sobre as atividades do departamento em 2020, ainda sob o governo do ex-presidente Donald Trump. 

No texto, assinado pelo então secretário de Saúde, Alex Azar, há um trecho que diz que os EUA usaram relações diplomáticas para dificultar as negociações de países como a Rússia. "Os exemplos incluem o uso do escritório do Adido de Saúde do OGA [Escritório de Assuntos Globais do Departamento de Saúde dos EUA, na sigla em inglês] para persuadir o Brasil a rejeitar a vacina russa contra a Covid-19", afirma o texto.

De acordo com o relatório, as relações diplomáticas foram utilizadas para combater o que o departamento chama de "influências malignas nas Américas", vindas de países como Cuba, Venezuela e Rússia. "O OGA usou relações diplomáticas nas Américas para mitigar os esforços de nações como Cuba, Venezuela e Rússia, que estão trabalhando para aumentar suas influências na região em detrimento da segurança e proteção dos EUA. O OGA coordenou esforços com outras agências governamentais dos EUA para fortalecer os laços diplomáticos e oferecer serviços técnicos e assistência humanitária para dissuadir os países da região de aceitar ajuda desses estados mal-intencionados".

Nesta segunda-feira (15), o perfil oficial da Sputnik V no Twitter chamou atenção para o relatório e fez críticas à atitude americana, dizendo que os países devem trabalhar juntos "para salvar vidas." "Os esforços para minar as vacinas são antiéticos e estão custando vidas", diz a postagem.