Ex-embaixador do Brasil critica armas nucleares: "mundo precisa de desnuclearização"
Para Sérgio Duarte, armamento nuclear não é sinônimo de paz, mas de instabilidade

Foto: Reprodução/Onu News
Em entrevista à ONU News, o ex-embaixador do Brasil Sérgio Duarte criticou o armamento nuclear, alegando que não são sinônimo de garantia de paz, mas sim de instabilidade, principalmente para os países que não detém. Segundo Sérgio, o mundo precisa da "desnuclearização".
“Aquela ideia de que foi muito difundida no tempo da pregação sobre o TNP, de que a existência da arma nuclear é uma garantia de segurança, é falsa. Eles afirmavam que não haveria guerras na Europa. Passamos 75 anos, quase 75 anos, sem haver guerra. No entanto, a arma nuclear existe e aí temos uma guerra na Europa. Essa falácia de que a arma nuclear garante a paz, desde que esteja na mão de alguns, precisa ser desmascarada. O que é preciso é a desnuclearização.”, afirmou.
A ideia foi corroborada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres. De acordo com ele, o mundo está a “um passo de um erro de cálculo que pode levar a ser aniquilado atomicamente”.
A expansão da capacidade nuclear da Coréia do Norte e do Irã foram trazidos à tona com preocupação. Para o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, Rafael Mariano Grossi, a situação na Coréia é motivo de "séria preocupação".
Para Sérgio Duarte, o programa nuclear iraniano teria sido intensificado após a saída dos Estados Unidos do Plano de Ação Conjunto e Abrangente, Jcpoa na sigla em inglês, que estabelecia regras para a produção iraniana.
“O Irã avançou o seu programa nuclear depois que os Estados Unidos se retiraram do acordo Jcpoa. Agora chegou a quase o máximo de enriquecimento de urânio, capaz de gerar uma arma nuclear. Eu acho que foi uma medida infeliz, tomada pelo governo anterior americano, se afastar do acordo. Eu espero que o Irã não venha a desenvolver armas nucleares”, disse.