Ex-ministro de Bolsonaro diz que dúvida sobre urnas eletrônicas não chamou sua atenção
Em depoimento ao STF, Adolfo Sachsida negou discussões sobre trama golpista

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Adolfo Sachsida, ex-ministro de Minas e Energia do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), disse que a desconfiança a respeito das urnas eletrônicas, levantada em uma reunião ministerial de 5 de julho de 2022, não chamou sua atenção.
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O ex-ministro prestou depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (29), na condição de de testemunha do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. O encontro de 2022 é apontado nas investigações da suposta trama golpista, que tem Bolsonaro, Anderson e outros 29 como réus.
Segundo Adolfo, era algo comum o questionamento sobre as urnas, desde o ano de 2007. "Me lembro também de uma questão sobre a urna eletrônica, mas que não me parece nenhuma novidade, já que muitas pessoas no Brasil, desde 2007, questionam as urnas. Então, honestamente, não me chamou atenção. Ela deve ter durado um bom tempo, mais de uma com certeza", disse.
Ele ainda afirmou que "de jeito nenhum" teria sido tratado algum plano ou abolição do Estado Democrático de Direito.
As investigações da Polícia Federal (PF) identificaram uma gravação da reunião em um computador apreendido com o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.
Na denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, ele cita ter havido "pressão sobre os participantes da reunião e a imposição de insistência na narrativa de fraude eleitoral".
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