Exclusiva: Banco Central planeja transformar liquidação extrajudicial do Banco Econômico em liquidação ordinária
20 anos depois, imbróglio do Banco Econômico parece perto de solução

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Fontes do Farol da Bahia em Brasília informam, com exclusividade, que a liquidação extrajudicial do Banco Econômico está com os dias contados. O Banco Central, que comanda o processo de liquidação extrajudicial do banco, planeja concluir o recebimento do seu crédito junto ao Econômico, derivado do famoso PROER, segundo o qual, foram emprestados recursos a bancos em processo liquidação para aquisição de créditos contra a União Federal, relativo ao Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS) detidos por bancos de porte como o Bradesco e o Itaú.
Na época, tidos como “créditos podres”, foram usados para socorrer os bancos de um discutível risco sistêmico e, ao mesmo tempo, estes créditos foram utilizados como garantia do pagamento do mesmo PROER. Comprados pelos bancos em liquidação com alto deságio, os créditos perante o FCVS se valorizaram extraordinariamente e hoje, estão sendo resgatados ou convertidos em títulos públicos de emissão do Tesouro Federal, pelo seu valor de face, com grande liquidez e com remuneração superior à simples e questionada variação e desvalorizada variação da TR, a ser creditado aos credores remanescentes do Econômico.
A ideia do Banco Central consiste em se cobrar com o produto do FCVS e sair do processo deixando os demais credores em uma liquidação que, de “extrajudicial”, sob o seu comando, passaria a ser “ordinária “ comandada pelos acionistas do banco, ou seja pelo principal acionista, o ex-banqueiro Ângelo Calmon de Sá. Os créditos de FCVS resgatados ou convertidos em títulos que remanescerão com o Econômico seriam suficientes para pagar os credores e deixar um ótimo saldo para os acionistas do banco, embora os credores, se houver sobras, possam exigir os juros devidos.
A ajuda dada pelo PROER, a postergação da liquidação do Econômico por mais de 20 anos, a decisão do Banco Central de mudar a liquidação para “ordinária “, a entrega do seu comando para os acionistas e o infortúnio dos credores remanescentes abandonados a sua própria sorte por este mesmo Banco Central, parece que ajudarão o ex-banqueiro Ângelo Calmon a ganhar alguns milhões de reais.