Expansão do Comando Vermelho na Grande Jacarepaguá teve média de um homicídio por dia, segundo MP
Denúncia do Ministério Público indica 684 mortes entre 2023 e 2024 e cita reportagem do RJ2 sobre escalada da violência.

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) afirmou, em denúncia anexada ao processo da Megaoperação Contenção, que o avanço do Comando Vermelho (CV) pela Grande Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, provocou uma média de um homicídio por dia entre 2023 e 2024.
Segundo o documento, foram 684 mortes registradas no período, número que o MPRJ relaciona diretamente à guerra territorial entre tráfico e milícia. O relatório cita como referência uma reportagem do RJ2, exibida em 5 de fevereiro de 2025, que detalhou o aumento da violência na região.
Ao todo, o MPRJ denunciou 69 pessoas por associação para o tráfico. Na última terça-feira (28), durante a operação, 113 pessoas foram presas e 121 morreram, entre elas quatro policiais civis e militares.
Expansão e confrontos
De acordo com a denúncia, o Comando Vermelho passou a ocupar comunidades antes dominadas pela milícia em áreas da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Itanhangá e Vargens, formando o que o órgão descreve como Complexo de Jacarepaguá.
O texto também aponta que a ofensiva do CV foi coordenada por integrantes ligados ao Complexo da Penha, na Zona Norte, e que a tomada de territórios elevou os confrontos armados e os homicídios na região.
O MPRJ detalha a dinâmica territorial a partir das comunidades de Gardênia Azul e Cidade de Deus, destacando as vias de acesso utilizadas e a progressão da facção para outras áreas vizinhas.
O relatório integra o material que sustenta a Megaoperação Contenção, deflagrada para conter a expansão de grupos armados na Zona Oeste e restabelecer o controle estatal sobre os territórios.


