Faturamento com ivermectina cresceu 600% na pandemia, revela Jailton Batista
Diretor da Vitamedic prestou depoimento à CPI da Pandemia nesta quarta (11)

Foto: Agência Senado
O diretor-executivo da Vitamedic, Jailton Batista, confirmou nesta quarta-feira (11), durante depoimento à CPI da Pandemia, uma alta no faturamento da empresa com a ivermectina durante a pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Segundo ele, a venda do medicamento aumentou acima de 600% entre 2019 e 2020. A ivermectina não tem eficácia comprovada contra a Covid-19, mas teve o consumo incentivado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e faz parte do chamado kit-covid.
Ainda em depoimento, Jailton Batista confirmou dados apresentados pelo relator da CPI, Renan Calheiros, que haviam sido repassados anteriormente pela empresa. Segundo os números, as vendas com ivermectina totalizaram R$ 15,7 milhões em 2019. No ano seguinte, já durante a crise da covid-19, o faturamento com o produto foi de R$ 470 milhões, ou seja, 29 vezes maior. A empresa é uma das fabricantes do remédio no Brasil.
"Houve uma demanda do produto, nós somos fabricantes, nós produzimos o que o mercado demanda. Foi só isso", disse o diretor da companhia. "Ele tem a indicação terapêutica para outras doenças. Para qualquer produto nosso, a gente vai produzindo conforme a demanda do mercado", completou.
Batista alegou ainda que, além da rede privada, a empresa vendeu o medicamento para o governo estadual de Mato Grosso e diversos municípios, entre eles cidades do Paraná, Goiás, Ceará, Pará e Acre. Em depoimento, ele declarou que, conforme a bula, o medicamento é comumente usado no combate a verminoses, sarna e piolho.
Apesar disso, ele admitiu que o aumento nas vendas foi diretamente proporcional ao quadro da pandemia no Brasil. O diretor da empresa afirmou que não teria como medir os efeitos da atuação do presidente Jair Bolsonaro nas vendas.