Filha de ex-presidente do TJ-BA e delator teriam vivido romance

Presa na Operação Faroeste, ex-presidente de Tribunal de Justiça da Bahia, Maria do Socorro viu sua história tomar outros rumos recentemente. 

Além da suspeita de participação em um esquema de venda de sentenças e grilagem, agora, seu enredo traz uma cobrança de R$ 120 mil, um embroglio com um delator de outro caso, e a exposição de trocas de mensagens particulares de sua filha. 

A história tem início em março deste ano, quando a filha de Maria do Socorro, Luciana conheceu o advogado Renato Araújo Júnior.

Durante o governo de Michel Temer, Renato foi coordenador de Registro Sindical do Ministério do Trabalho e chegou a ficar preso por quase cinco meses em 2018, após a Operação Registro Espúrio, que apurou suspeitas de fraudes. Renato só foi solto após acordo de delação Premiada.

Renato alega que seu escritório passou a trabalhar na defesa da desembargadora, com pedidos de liberdade protocolados em tribunais superiores, mas por conta de seu passado quem assinava as peças era a sua sócia, a advogada Naiara Mendes Pinheiro. 

Os serviços prestados, no entanto, no montante de R$ 120 mil não foram pagos e Renato apresentou uma ação de cobrança na Justiça do Distrito Federal. As informações são da Satélite. 

Na ação, o advogado expõe trocas de mensagens por WhatsApp com Luciana onde ela se compromete a fazer o pagamento. 

Ainda na ação, são listadas as vezes que Luciana enviou mensagens com promessas de pagamento, em frases como: “Não se preocupe que acertaremos tudo” (9.abr), “Eu não vou ser sacana com você. Confie” (11.abr) e “De qualquer modo posso vender meu carro” (13.abr).

Em defesa, Maria do Socorro e Luciana apresentaram outra versão. Segundo o advogado das duas, Breno Valadares dos Anjos, Renato e Luciana mantiveram "relacionamento amoroso (...) durante todo o período narrado".

Nos novos prints entregues à Justiça, mensagens com indícios de que havia um flerte entre os dois aparecem. Nelas, Renato responde, quando Luciana informa que pretendia pagar o serviço, frases como "desconta no 'dote' quando casarmos" e "estou sendo fofo com minha sogra".

“Em suma, toda e qualquer ação desenvolvida pelo Sr. Renato seria gratuita e sem compromisso, pelo simples fato de que foi feita por mera liberalidade e na base da confiança”, afirma a defesa. 

Após isso, Luciana registrou com um boletim de ocorrência contra Renato, com pedido de medida protetiva com base na Lei Maria da Penha, no qual ela afirmava ter medo de que o advogado forjasse “uma situação para prejudicá-la”.

O pedido foi rejeitado pela Justiça. Renato então registrou outro B.O. contra ela, com acusação de calúnia.

O advogado diz que nunca existiu namoro e que vive em um relacionamento estável há três anos.