Filha reclama de falta de resposta da unidade de emergência em tratamento do pai internado há 14 dias
O idoso havia entrado na Unidade de Emergência Mãe Hilda Jitolu com picos hipertensivos com crises de convulsões
Foto: Reprodução
Há 14 dias, Cristiana da Silva Oliveira Souza tenta transferir seu pai idoso para um hospital que atenda seu caso. Internado na Unidade de Emergência Mãe Hilda Jitolu, no Curuzu, David de Oliveira Souza, de 83 anos, chegou na unidade com picos hipertensivos com crises de convulsões e precisou ser intubado e hoje, segundo a denúncia da filha, encontra-se exposto a outros pacientes com Covid-19.
Em entrevista ao Farol da Bahia, Cristiana mostrou o prontuário para comprovar que o pai chegou no dia 14/07/2020, às 23:12, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência após passar mal, e não conseguiu um hospital com os suportes para atendê-lo. E esse descaso, seria justificado pela falta de leito de Unidade de terapia intensiva (UTI). Segundo ela, o pai testou negativo para a Covid-19.
Em contato com o Farol, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) emitiu um comunicado afirmando que "No que tange a solicitação de transferência, os médicos da Central Estadual de Regulação estão em busca de um leito especializado para o paciente", o que ratificada o mesmo posicionamento dado para Cristiana da Unidade, já que segundo ela a UPA estaria esperando "a resposta da Central de regulamentação".
Além disso, a Sesab informou que está cumprindo determinação do Conselho Federal de Medicina (CFM) e, não pode "comentar informações de pacientes internados na rede de assistência estadual".
Porém, em contrapartida, Cristiana comentou que o idoso, considerado grupo de risco, "precisa de uma dieta enteral, mas o local não disponibiliza esse tipo de procedimento, fazendo com que ele precise de uma transferência com urgência".
"Meu pai precisa de transferência pra UTI com suporte, ele não vai aguentar muito tempo sem se alimentar", concluiu Cristiana.
Esse tipo de tratamento seria necessário, já que segundo o Ministério da Saúde do Brasil, essa prática designa todo e qualquer "alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializado ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas".
