"Frase de Bolsonaro é um ataque direto e gravíssimo ao TSE", diz Maia
Questionamento do presidente à lisura do processo eleitoral é repudiado por parlamentares

Foto: Agência Brasil
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reagiu nesta quinta-feira (7), ao questionamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à lisura do processo eleitoral brasileiro. Segundo ele, a fala de Bolsonaro foi "um ataque direto e gravíssimo" ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além dele, outros parlamentares reagiram ao questionamento de Jair Bolsonaro.
Na manhã desta quinta-feira (7), o PT também acionou o Ministério Público Federal (MPF) e o TSE para que as declarações relativas ao presidente da República sobre o assunto sejam investigadas. Logo após o Congresso dos Estados Unidos oficializar a vitória de Joe Biden como presidente dos Estados Unidos, Bolsonaro insistiu em dizer que houve fraude na disputa. Além disso, Bolsonaro disse que o Brasil terá um "problema anterior que os Estados Unidos" se não houver voto determinado nas especificações de 2022.
"A frase do presidente Bolsonaro é um ataque direto e gravíssimo ao TSE e seus juízes. Os partidos políticos desenvolvem a justiça para que o presidente se explique. Bolsonaro consegue superar os delírios e os devaneios de Trump", escreveu Rodrigo Maia nas redes sociais .
Ao TSE e ao MPF, o PT pede que Bolsonaro seja ouvido formalmente e apresente provas de uma possível fraude no pleito de 2018, como já denunciado mais de uma vez. Nas representações, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e outros líderes da legenda, registram que Bolsonaro "voltou a atacar o processo eleitoral brasileiro de 2018 e agora faz referência em relação às futuras eleições de 2022". Para o PT, "trata-se de grave e séria manifestação que precisa ser apurada''. Ele vem repetindo continuamente essa acusação, sem que os órgãos de controle e de Estado atuem para apurar o que vem afirmando explicitamente".
No Senado, o líder do PSD, Otto Alencar (BA), disse que Bolsonaro erra ao tentar copiar o exemplo de Donald Trump, que "foi renegado por todos os líderes mundiais de regimes democráticos". O senador lamentou que o presidente dê declarações deste tipo que, na visão dele, "não condizem com uma democracia e são apenas de poucos espíritos ditatoriais que ainda residem no mundo". ”Acho que Bolsonaro não se deu conta ainda de que a democracia do Brasil, embora jovem, está muito consolidada e fortalecida pelas instituições. Não vejo por que ele achar que pode ter fraude em um sistema tão seguro quanto esse”, disse Alencar.