Fraude INSS: novo ministro da Previdência assinou emenda que afrouxou regras de controle de descontos
Após demissão de Lupi, Lula escolheu Wolney Queiroz para ocupar a pasta
Foto: Divulgação
Nomeado novo ministro da Previdência pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Wolney Queiroz (PDT-PE) foi coautor de uma emenda que afrouxou as regras do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) sobre descontos associativos em aposentadorias e pensões. Na época, ele era deputado federal.
Segundo o jornal O Globo, a medida provisória 871, editada em 2019 para combater fraudes no INSS, previa que entidades que recebem esses descontos revalidassem os dados anualmente. O Congresso, porém, alterou a proposta para ampliar o prazo para três anos, com vigência apenas a partir de 2021. Em 2021, uma nova mudança manteve o prazo ampliado e adiou a revalidação para dezembro de 2022.
Wolney foi um dos cinco parlamentares que assinaram a emenda que modificou o texto original. Os outros, segundo o jornal, foram Danilo Cabral (PSB-PE), Enio Verri (PT-PR), Jorge Solla (PT-BA) e Vilson da Fetaemg (PSB-MG).
•Novo ministro da Previdência também ouviu sobre suspeitas de fraude no INSS em 2023
Em 2022, a exigência foi revogada por completo, em um “jabuti” incluído na medida provisória que criou o microcrédito digital. Com a mudança, entidades deixaram de ser obrigadas a atualizar o cadastro de filiados, que somam mais de 7,2 milhões, segundo o INSS.
Fraude e crise no Ministério da Previdência
Investigações da Polícia Federal (PF) e Controladoria-Geral da União (CGU) apontam que foram descontados R$ 6,3 bilhões ilegalmente entre 2019 e 2024, mas o governo ainda calcula quanto disso foi descontado ilegalmente.
•Carlos Lupi pede demissão do ministério da Previdência em meio a escândalo no INSS
O escândalo levou à demissão do ex-ministro da pasta, Carlos Lupi. Na última sexta, o então secretário executivo da Previdência, Wolney Queiroz, foi escolhido por Lula para substituir Lupi no comando da pasta.
