Fusão de programas sociais pode dobrar impacto sobre desigualdades, segundo Ipea
Ainda segundo o documento, o sistema passaria a incluir 17 milhões de crianças em situação de vulnerabilidade

Foto: Marcello Casal | Agência Brasil
Divulgado nesta segunda (2), um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revela que a fusão entre os quatro programas sociais federais, como o Bolsa Família, o salário-família, o abono salarial e a dedução por dependente no Imposto de Renda Pessoa Física, pode dobrar o impacto sobre o enfrentamento à desigualdade e à pobreza no Brasil.
Ainda segundo o documento, o sistema passaria a incluir 17 milhões de crianças em situação de vulnerabilidade, que, atualmente, não recebem auxílio do governo federal.
Segundo o estudo, a quantia destinada às políticas públicas de proteção à infância e à população vulnerável à pobreza, cerca de R$ 52,8 bilhões, seria mantido – e, conforme enfatizam os pesquisadores, "também não poderia ser reduzido". A soma equivale a 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país).
Os autores do estudo afirmam que, mesmo ampliando a abrangência da proteção social, a reestruturação não demandaria mais recursos públicos, ou seja, não feriria o princípio da responsabilidade fiscal.