Galípolo afirma que fintechs são “vítimas” do crime organizado
Presidente do Banco Central destacou que medidas buscam dificultar a atuação de organizações criminosas no Sistema Financeiro Nacional

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta sexta-feira (5) que as fintechs não têm ligação com organizações criminosas, mas sim sofrem com a atuação delas. “Muitas vezes assistimos alguma associação de fintechs ou da Faria Lima ao crime organizado, queria deixar bem claro que as fintechs e a Faria Lima são vítimas do crime organizado”, declarou durante coletiva de imprensa.
As falas ocorreram na apresentação de um pacote de medidas para reforçar o Sistema Financeiro Nacional (SFN) e coibir operações suspeitas. Segundo Galípolo, “essas medidas são para endereçar problemas gerados pelo crime organizado. São contra o crime organizado, não contra qualquer tipo de instituição”.
Entre as mudanças, foi estabelecido o limite de R$ 15 mil para operações de TED e Pix realizadas por instituições de pagamento não autorizadas e que utilizam Prestadores de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTIs) para se conectar à rede financeira. Transações acima desse valor precisarão ser divididas em mais de uma operação.
De acordo com o Banco Central, 99% das movimentações de pessoas jurídicas já se enquadram nesse teto. O objetivo é facilitar a identificação de fluxos atípicos, especialmente associados a organizações criminosas.
O BC também endureceu as exigências para os PSTIs, que deverão comprovar capital mínimo de R$ 15 milhões, além de adotar requisitos de governança e gestão de riscos. As empresas em atividade terão até quatro meses para se adequar.
As regras entram em vigor de imediato. O Banco Central antecipou ainda o prazo para que instituições de pagamento solicitem autorização de funcionamento: a data, antes fixada em dezembro de 2029, passa para maio de 2026.