Galípolo diz que críticas de Haddad aos juros do BC são legítimas: "Acho um luxo"
Presidente do banco disse, inclusive, que considera as falas do ministro da Fazenda

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira (25), em conversa com a imprensa, que as críticas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, à política de juros da instituição são legítimas. Segundo ele, as manifestações sempre foram feitas de forma “gentil, educada e delicada”.
"Eu acho um luxo você ter o ministro da Fazenda e o secretário do Tesouro comentando sobre política monetária com delicadeza, gentileza e educação. (...) A ideia de autonomia, de maneira alguma, significa que todos vão concordar com o Banco Central. Muito pelo contrário", disse.
• Copom mantém taxa básica de juros em 15% ao ano
Galípolo acrescentou que o BC leva em conta as opiniões de Haddad e busca colher o máximo de dados possível, mas ressaltou que o processo decisório é do Comitê de Política Monetária (Copom), que tem a autonomia dos diretores.
Nesta semana, Haddad afirmou que há espaço para a redução da taxa básica de juros, fixada pelo BC para conter a inflação. Segundo ele, o índice “nem deveria estar no atual patamar de 15% ao ano”.
O Banco Central tem reiterado que a desaceleração da economia é necessária para conter pressões inflacionárias e cumprir a meta, enquanto o governo teme os impactos sobre emprego e renda.