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‘Garimpo chegou a novas áreas yanomami nos últimos anos’, diz líder indígena

Atividade ilegal tem avançado por territórios que se mantinham livres da exploração

Por Da Redação, Agência Brasil
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‘Garimpo chegou a novas áreas yanomami nos últimos anos’, diz líder indígena

Foto: Agência Brasil

O presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami (Codisi-YY), Júnior Hekurari, disse à Empresa Brasil de Comunicação (EBC) que, apesar da invasão de garimpeiros às terras onde vive o povo yanomami não seja um fenômeno novo, a atividade ilegal atingiu outro nível nos últimos anos. Segundo ele, o garimpo tem avançado por territórios que, até então, ainda se mantinham livres da atividade de exploração do ouro.

O líder indígena contou ainda que o garimpo “sempre existiu” em algumas áreas do território yanomami, em Roraima, mas que, desde 2019, a situação piorou muito. “No Uraricoera, sempre teve algumas balsas. Eram umas dez. Nem passavam de 2 mil garimpeiros na terra indígena yanomami antes de 2016, 2017”, afirmou Júnior. “Em 2019, eu entrava nas comunidades, principalmente Parima, Xitei, Homoxi. Eu fazia as reuniões de educação, de saúde. A gente não via [garimpo] como está agora. Em 2020, durante [a pandemia de] covid-19, avançou muito, até na comunidade Keta”, completou.

Segundo ele, recentemente foi aberta uma estrada que vai até a nascente do Rio Mucajaí, o que piorou bastante a situação: "Foi um estrago total. Nessas comunidades não tinha garimpeiros em 2019. Quando eu fui lá em 2021, pensei: ‘meu Deus, o que aconteceu aqui?’”. 

De acordo com Júnior, a chegada do garimpo começou a gerar problemas novos para comunidades que ainda não conheciam esse tipo de invasão. “Um pajé que morava na comunidade de Xitei fugiu por causa da presença dos garimpeiros. Ele não conseguia fazer pajelança. Era muito barulho dos motores. O garimpo ficava a 50 metros [da comunidade]. Como vai conseguir se concentrar e fazer o ritual?”, contou Júnior, acrescentando que hoje são poucas as áreas yanomami livres do garimpo.

Dados

Um relatório da Hutukara Associação Yanomami, divulgado em abril de 2022, mostrou que 2021 era, até então, o ano de maior destruição provocada pelo garimpo ilegal na região. De acordo com o documento, apenas de 2020 para 2021, a destruição provocada pelo garimpo na TIY cresceu 46%. 

“Esse é o maior crescimento observado desde que iniciamos o nosso monitoramento em 2018, e, possivelmente, a maior taxa anual desde a demarcação da TIY em 1992”, destaca o relatório. “O garimpo não apenas tem crescido em área, mas também tem se espalhado para novas regiões do território yanomami”.

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