/

Home

/

Notícias

/

Brasil

/

Gestação é possível mesmo após o tratamento oncológico

Notícias
Brasil

Gestação é possível mesmo após o tratamento oncológico

Segundo especialista, 15% das mulheres diagnosticadas com um tumor ainda estão em idade reprodutiva

Por Ane Catarine Lima
Gestação é possível mesmo após o tratamento oncológico
Foto: Getty Images

O sonho de gerar filhos após um diagnóstico de câncer sempre foi colocado em uma posição de dúvidas e incertezas, principalmente, porque o tratamento oncológico tem um grande potencial de impacto na fertilidade. Segundo especialistas, embora o câncer seja uma doença que acomete mais frequentemente pessoas que já ultrapassaram os 50 anos de idade, cerca de 15% das mulheres diagnosticadas com um tumor ainda estão em idade reprodutiva. Pelo menos metade dessas mulheres desejam engravidar, mas apenas 10% realizam o sonho da maternidade depois de vencerem a doença. 

O que poucas mulheres sabem é que, apesar de ampliarem riscos para a saúde da mãe e do bebê, tumores descobertos na gestação podem ser tratados com sucesso em muitos casos. E, ainda segundo especialistas, mulheres que venceram a doença e planejam uma gravidez futura devem conversar com o seu médico sobre o assunto, pois técnicas de oncofertilidade ampliam as chances de gravidez. De acordo com a oncologista Renata Cangussu, integrante do grupo ‘Mulheres na Oncologia’, durante muitos anos, acreditou-se que as mulheres diagnosticadas com câncer não deveriam engravidar, pois a gravidez poderia aumentar o risco de retorno da doença. Mas, segundo ela, essa informação já foi desmistificada.

“Hoje sabe-se que é seguro engravidar após o câncer. Não existe um tempo após o diagnóstico considerado ideal, mas em geral, recomenda-se aguardar dois anos após a conclusão do tratamento com quimioterapia. Obviamente, os casos precisam ser individualizados e a perspectiva de engravidar está vinculada a pessoas que estão sem evidência de doença”, explicou.

Na maioria dos casos, ao receber o diagnóstico de um câncer, é comum que a mulher se concentre apenas em buscar a cura para o tumor. Neste momento, dificilmente ela pensa em gravidez. Contudo, com o aperfeiçoamento dos tratamentos e diante da ampliação das chances de cura nos últimos anos, a possibilidade de gravidez após o câncer tem sido cada vez mais considerada. Especialistas alertam que o melhor momento para investir na preservação da fertilidade é antes de iniciar o tratamento oncológico. 

Câncer e gravidez

Descobrir um câncer durante a gestação não costuma ser fácil, mas as dificuldades inerentes à situação podem ser superadas. A baiana de acarajé Elaine Michele Assis Cruz, por exemplo, descobriu um câncer de colo uterino em plena gravidez, aos 31 anos.

“Eu tinha o instinto maternal aflorado, inclusive criei uma sobrinha e uma afilhada, mas engravidar não estava nos meus planos. Eu estava em um momento bom na vida profissional e não possuía vínculo afetivo com o futuro pai da minha filha e, por isso, a descoberta da gravidez associada a um tumor no colo do útero me deixou angustiada e com medo do que o futuro me reservaria”, relatou. 

Ela descobriu o câncer aos cinco meses de gravidez e, a partir da descoberta, tudo mudou de uma hora para outra. “Minha vida ganhou um novo significado quando decidi lutar pela vida e por aquela criança que eu passei a amar incondicionalmente. Eu não queria que nada de ruim acontecesse conosco. Me sentia abalada e preocupada, mas o apoio da minha irmã, de primas, amigos verdadeiros e profissionais de saúde me mantiveram firme e forte. Só pude fazer os exames necessários para iniciar a quimioterapia depois da gravidez. Felizmente, venci o câncer e a maternidade me transformou.  Se não fosse a gravidez, eu poderia não ter descoberto o tumor enquanto ainda era possível tratá-lo.  E eu também não acordaria todos os dias com mais vontade de viver  para cuidar do amor da minha vida, a minha filha Odara”, disse. 

Prevenção

Especialistas recomendam que antes de iniciar o tratamento oncológico as mulheres que planejam engravidar devem procurar orientações de  um médico oncologista e, além disso, procurar também uma clínica de reprodução humana, a fim de receberem orientações sobre o congelamento (criopreservação) de gametas ou até de embriões para preservação da fertilidade, já que o risco de comprometimento da qualidade dos óvulos causado pela toxicidade das drogas quimioterápicas é real. A criopreservação pode ampliar as chances de sucesso de técnicas de reprodução assistida após a vitória sobre o câncer, quando uma gravidez natural não acontece.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br

Faça seu comentário
Eu li e aceito osPolítica de Privacidade.
© 2018 NVGO
redacao@fbcomunicacao.com.br
(71) 3042-8626/9908-5073
Rua Doutor José Peroba, 251, Civil Empresarial, 11º andar, Sala 1.102