Gilmar suspende investigações que apura supostos desvios no Sistema S
Alvos da investigação são suspeitos de desviar R$ 151 milhões de instituições

Foto: Reprodução/Agência Brasil
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, suspendeu as investigações realizadas no âmbito da Operação Esquema S, realizada no começo de setembro, que apura supostos desvios no Sistema S e é um desdobramento da Operação Lava Jato. A informação foi divulgada neste sábado (3) pelo jornal "Folha de S. Paulo".
Na decisão, o ministro suspendeu medidas como ação penal sobre o caso, buscas e apreensões em escritórios de advogados e medidas cautelares contra eles (como quebra de sigilos). A decisão atende a pedido de cinco representações da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
"Os autos desta reclamação demonstram que há verossimilhança nas alegações do reclamante de investigação de autoridades com foro por prerrogativa de função sem autorização do STF e perante autoridade judiciária incompetente, o que poderia constituir eventual causa de nulidade das provas e do processo", afirmou o ministro.
A operação teve como alvos advogados suspeitos de envolvimento em um esquema de tráfico de influência que, de acordo com o MPF (Ministério Público Federal), desviou R$ 151 milhões do Sistema S (que engloba instituições como Sesi, Senai e Senac). E tem como base informações do acordo de delação premiada do ex-presidente destas instituições, Orlando Diniz.
Os advogados Frederick Wassef (que representou a família Bolsonaro), Ana Tereza Basílio (defesa do governador afastado do Rio Wilson Witzel) e Cristiano Zanin e Roberto Teixeira (advogados do ex-presidente Lula) foram alvos, assim como filhos de ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Os políticos não são investigados e os advogados negam ter cometido irregularidades.