Gorilas são os primeiros não-humanos a se vacinarem contra a Covid-19 nos EUA
Os imunizantes foram desenvolvidos especificamente para animais pela empresa farmacêutica veterinária Zoetis

Foto: Reprodução / Brent Stirton/Zoológico de San Diego
O Zoológico de San Diego nos EUA se tornou a primeira instituição no mundo a vacinar não-humanos contra a covid-19. De acordo com a National Geographic, nove grandes símios receberam duas doses de uma vacina experimental, sendo quatro orangotangos e cinco bonobos, na quarta-feira passada (3).
Os imunizantes foram desenvolvidos especificamente para animais pela empresa farmacêutica veterinária Zoetis, que tem pesquisado formas de vacinas desde que um cachorro testou positivo para o coronavírus em fevereiro de 2020.
Em janeiro deste ano, após o gorila Winston, de 49 anos, adoecer com uma doença cardíaca e pneumonia, os oito grandes macacos do Zoológico de San Diego fizeram testes para a covid-19, e todos deram positivo. Após um tratamento experimental com anticorpos, eles se recuperaram, mas a chefe da conservação e oficial de saúde Nadine Lamberski decidiu encomendar a vacina da Zoetis.
Animais com covid no mundo
Veterinários confirmaram, em vários lugares do mundo, infecções em tigres, leões, visons, leopardos das neves, pumas, furões, cães e gatos domésticos. Mas a informação de que os grandes símios eram suscetíveis ao vírus SARS-CoV-2 preocupou sobremaneira os cientistas.
Como a população global de gorilas é hoje inferior a 5 mil indivíduos, que vivem em grupos familiares próximos, o que os pesquisadores mais temem é que, se um deles contrair o vírus, a infecção se espalhe rapidamente e ponha em risco toda a espécie. Como ainda são pouco conhecidos os efeitos do vírus sobre os animais, dados como o do Zoológico de San Diego são importantes para a comunidade científica.
A vacina e o Zoológico de San Diego
Os administradores do zoológico, ansiosos com a situação, centrava-se principalmente na segurança da população de 14 gorilas, oito bonobos e quatro orangotangos que, além de potencialmente vulneráveis ao vírus, dividem espaço em alojamentos fechados, propícios à propagação de doenças.
Em fevereiro, os nove grandes macacos receberam a vacina e, segundo a National Geographic, não apresentaram reações adversas e encontram-se atualmente em ótimo estado de saúde.
O sangue da orangotango Karen e de um bonobo foi colhido para verificar se eles desenvolveram anticorpos, sinal de que a vacina é eficaz. Os oito símios restantes, que vivem em outro setor do zoológico, no parque safári, e não contraíram o vírus, receberão as doses 60 a 90 dias após a infecção, como recomenda o protocolo.