Governador afastado, Witzel é interrogado nesta quarta (7) por tribunal que julga pedido de impeachment
Defesa de Witzel tentou adiar processo nesta semana, mas o ministro Alexandre de Moraes negou

Foto: José Cruz/Agência Brasil
O governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), será interrogado nesta quarta-feira (7) pelo Tribunal Especial Misto, que julgará o pedido de impeachment contra o ex-juiz.
Também será ouvido pela Corte nesta quarta-feira o ex-secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, que se tornou delator e incluiu Witzel no esquema.
O processo de impeachment contra o ex-governador chegou a ser suspenso mediante decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em dezembro do ano passado.
Witzel alegava não ter tido acesso à delação de Edmar Santos. No momento, o ministro Alexandre de Moraes decidiu que o interrogatório do governador afastado deveria ser o último ato do julgamento.
Nesta semana, mais uma vez, a defesa de Witzel tentou o adiamento do interrogatório. De novo, os advogados citaram cerceamento à liberdade de defesa por supostamente não conseguirem ter acesso à delação de Edmar.
Na última segunda-feira, Alexandre de Moraes negou pedido para suspensão do processo.
Wilson Witzel está afastado do mandado desde agosto de 2020, sob determinação do STJ, em outro processo que originou o pedido de impeachment, que acontece de maneira paralela.
Réu por corrupção envolvendo saúde do RJ
Witzel foi denunciado pelo Ministério Público e virou réu pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O governador afastado é acusado de envolvimento em desvios de recursos no campo da saúde do Rio de Janeiro durante a gestão da pandemia no estado.
Suspeita-se que o governador afastado tenha recebido por meio do escritório de advocacia da esposa, Helena Witzel, ao menos R$ 554,2 mil em propina. O MPF descobriu a transferência de R$ 74 mil de Helena Witzel para a conta particular do governador.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República, Wilson Witzel montou um esquema de propina para contratação emergencial e para liberação de pagamentos e organizações sociais (OSs) que prestam serviços ao governo, principalmente nas áreas de Saúde e Educação.