Governo corrige data em que Pazuello foi avisado sobre colapso de oxigênio no Amazonas
Apenas na noite do dia 10 de janeiro Wilson Lima teria relatado o problema

Foto: Reprodução/ Agência Brasil
O governo federal corrigiu ontem (28) uma informação entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) e negou que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, soube no dia 8 de janeiro sobre o colapso no fornecimento de oxigênio em Manaus, capital do Amazonas. A manifestação foi feita através de um e-mail enviado pela White Martins, a fabricante do insumo.
A ocorreu depois que o jornal O Estado de S.Paulo revelou o depoimento do ministro à Polícia Federal, no qual Pazuello diz que o aviso da White Martins do dia 8 foi citado em manifestação do governo ao Supremo por um "equívoco" de um funcionário da pasta.
"O mencionado e-mail foi enviado pela empresa White Martins em 07 de janeiro de 2021, tendo como único e exclusivo destinatário a Secretaria Estadual de Saúde do estado do Amazonas, ou seja, o Ministério da Saúde, em momento algum, teve ciência da correspondência eletrônica recebida pelo gestor amazonense, onde fora mencionado acerca do possível desabastecimento do oxigênio", diz trecho de um ofício assinado pelo secretário-executivo da Saúde, Élcio Franco.
"Somente em dia 17 de janeiro de 2021, através de mensagens eletrônicas enviadas pelo Secretário de Saúde do Estado do Amazonas à Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, que o Ministério da Saúde teve ciência da existência do e-mail em comento", acrescenta o documento.
Essa versão é contrária do que foi assinado pelo ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), José Levi, que foi corrigida, onde havia afirmado que o Ministério da Saúde ficou sabendo da situação crítica no dia 8 de janeiro, a partir de um e-mail da White Martins.
No depoimento à PF, Pazuello reconhece que recebeu pedido do governo Amazonas de envio de 150 cilindros no dia 8 e que o Centro de Operações de Emergência avisou, em 9 de janeiro, sobre "colapso dos hospitais e falta da rede de oxigênio". Mas frisou que "não houve qualquer tipo de menção ao iminente colapso de fornecimento de oxigênio na cidade de Manaus" até aquele momento, e que apenas na noite do dia 10 o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), relatou "um problema de abastecimento de oxigênio."
Após a conclusão das investigações sobre o caso, o procurador-geral da República, Augusto Aras, vai decidir se irá denunciar ou não o ministro.


