Governo corta auxílio emergencial de 2 milhões em 2021
Cobertura do auxílio foi reduzida de 39,1 milhões, em abril, para 37,1 milhões de beneficiários, em junho

Foto: Agência Brasil
Embora o governo tenha anunciado a prorrogação do auxílio emergencial até outubro, cerca de 2 milhões de pessoas deixaram de receber o beneficio ao longo deste ano. Na última segunda (5), após o anúncio da prorrogação, o governo havia afirmado que o auxilio deveria chegar a quase 40 milhões de brasileiros. A cobertura do programa, entretanto, foi reduzida de 39,1 milhões, em abril, para 37,1 milhões de beneficiários, em junho.
De acordo com o governo, o número de beneficiados caiu à medida que as parcelas foram pagas. Procurado, o Ministério da Cidadania disse que o corte se deve a revisões para conferir se as pessoas continuam dentro dos critérios para receber o benefício, além de bloqueios recomendados pela Controladoria-Geral da União (CGU ) em caso de indícios de pagamentos indevidos.
O ritmo da exclusão de pessoas do programa tem sido maior do que a inclusão de novos beneficiários. Até meados de junho, mais de 1 milhão de pessoas que tiveram o auxílio negado apresentaram contestação do resultado. O governo tem analisado esses pedidos e cerca de 130 mil foram aprovados após análise do recurso. A maioria foi rejeitada.
Com o enxugamento da cobertura do auxílio, o gasto do governo também caiu. Foi de R$ 8,9 bilhões, em abril, para R$ 8,85 bilhões, em maio, e terminou em R$ 8,5 bilhões em junho. Quando o governo lançou novamente o programa, em 2021, foi projetado um valor de R$ 11 bilhões por mês e o atendimento de 45,6 milhões de pessoas. O Ministério da Cidadania disse à Folha de S. Paulo que "tem adotado as medidas necessárias para alcançar, com o auxílio emergencial 2021, as famílias em situação de maior vulnerabilidade, assegurando uma renda mínima para essa parcela da população, com responsabilidade fiscal".
No início da pandemia, o valor chegou a R$ 600 e, em caso de mães chefe de famílias, a R$ 1.200 por mês. O público alvo foi de 68 milhões de pessoas no ano passado. Mas, por causa do elevado custo aos cofres públicos, o ministro Paulo Guedes (Economia) passou a defender a redução da assistência. Com o fim do auxílio de 2021 previsto para outubro, o governo espera, a partir de novembro, reformular e ampliar o Bolsa Família.


