Governo encerra Sala de Situação sobre intoxicação por metanol após queda de novos casos
Último caso confirmado foi registrado em 26 de novembro

Foto: Divulgação/Policia Civil
O Ministério da Saúde decidiu encerrar, nesta segunda-feira (9), a Sala de Situação criada em outubro para acompanhar o surto de intoxicação por metanol no país. A decisão foi publicada em portaria assinada pelo ministro Alexandre Padilha no Diário Oficial da União e ocorre após a redução expressiva de novas notificações e mortes.
Segundo a Pasta, o último caso confirmado foi registrado em 26 de novembro. No total, 73 pessoas foram diagnosticadas com intoxicação por metanol entre setembro e dezembro, e 22 morreram. Mesmo com o fechamento da estrutura emergencial, o governo afirma que o risco ainda não está completamente afastado, já que a circulação de bebidas adulteradas continua sendo uma ameaça e segue sob investigação da Polícia Federal, da Receita Federal e de órgãos de vigilância sanitária.
Padilha afirmou que o país vive um cenário de “estabilidade epidemiológica”, mas reforçou que o monitoramento continua. Com o encerramento da Sala de Situação, o acompanhamento dos casos volta ao fluxo rotineiro do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). O Ministério afirma que novos alertas serão emitidos se houver alteração no quadro.
Estoque de antídotos e distribuição de insumos
Durante o período de monitoramento ampliado, iniciado em 1º de outubro, o Ministério da Saúde repassou insumos para estados mais afetados, incluindo 1.500 ampolas de fomepizol e 4.806 unidades de etanol, utilizados no tratamento de intoxicação por metanol.
Também foi mantido um estoque estratégico de 2,6 mil ampolas de antídoto para reforçar a assistência. A Pasta afirma que atualmente todos os estados têm suprimento garantido e maior capacidade diagnóstica.
Relembre o caso
O primeiro alerta sobre o aumento de casos foi emitido em 26 de setembro pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad). A Sala de Situação reuniu representantes da Anvisa, Fiocruz, Ebserh, Opas e vários ministérios, incluindo Agricultura e Pecuária e Justiça e Segurança Pública, responsáveis pelas ações de controle e investigação da cadeia ilegal de bebidas adulteradas.
Entre 26 de setembro e 5 de dezembro, foram contabilizadas 890 notificações relacionadas à intoxicação por metanol. Desses registros, 73 casos foram confirmados, 29 permanecem em investigação e 788 foram descartados.
Os estados com maior número de ocorrências foram São Paulo (578 notificações, 50 confirmações), Pernambuco (109 notificações, oito confirmações), Paraná e Mato Grosso (seis cada). Ao todo, 22 óbitos foram confirmados, dez em São Paulo, cinco em Pernambuco, três no Paraná, três em Mato Grosso e um na Bahia. Outros nove seguem sob investigação.
O metanol é um álcool altamente tóxico, frequentemente encontrado em bebidas clandestinas, e pode causar cegueira, falência de órgãos e morte mesmo em pequenas quantidades. Autoridades reforçam que o encerramento da Sala não representa o fim do problema e que a atuação contra a cadeia ilegal de produção e distribuição de bebidas adulteradas continua.


