Governo Federal inicia debates públicos para reestruturar política do ensino médio

O Governo Federal abre debates públicos para reestruturar a política nacional do ensino médio, com previsão de reavaliação da lei que impôs alterações às séries finais da educação básica até junho. Pontos da norma, como a flexibilidade do currículo e a formação técnica, podem ser alterados. 

O novo ensino médio, que trouxe uma nova organização curricular para os alunos, foi suspenso pelo governo no início deste mês. Os itinerários formativos permitem que cada estudante monte o seu ensino médio com base em uma das quatro áreas: linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias, e ciências humanas e sociais aplicadas. Outra opção é escolher um currículo voltado para a formação técnica e profissional para preparar os alunos para o mercado de trabalho.

Especialistas contestam a norma, acreditando que ela compromete a aquisição de conhecimento pelos estudantes e desestimula o ensino superior. Para eles, os itinerários criam uma responsabilidade perigosa para os adolescentes, podendo deixá-los fechados em si mesmos. O presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Luiz Roberto Curi, defende uma formação interdisciplinar e robusta, que não minimize nenhuma área do conhecimento.

O governo recebe recomendações de toda a sociedade sobre o novo ensino médio até 6 de junho, além de realizar 15 eventos, como seminários com especialistas e audiências públicas, em todas as regiões do país, para discutir soluções. Uma consulta online também será feita com 100 mil representantes da comunidade escolar e um questionário será elaborado para ser respondido por estudantes, professores, gestores escolares e educacionais de todas as unidades da Federação. A pasta também planeja reuniões com equipes técnicas de secretarias estaduais de educação e representações dos movimentos de estudantes e profissionais do ensino médio.