Governo troca membros da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos

Foi publicado nesta quinta-feira (1), no Diário Oficial da União o Decreto que substitui quatro dos sete integrantes da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. O presidente Jair Bolsonaro afirmou na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília, que a mudança ocorre porque ele é de direita. "O motivo é que mudou o presidente, agora é Jair Bolsonaro, de direita e ponto final. Enquanto colocava terrorista lá ninguém falava nada", explicou.

O novo presidente da Comissão será Marco Vinicius Pereira de Carvalho, assessor especial da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Dâmares Alves, e que é filiado ao PSL, mesmo partido de Bolsonaro. Carvalho entra no lugar de Eugênia Fávero, que ficou sabendo por meio de jornalistas que havia sido substituída.

"Foi sim uma resposta às nossas manifestações defendendo o direito da família Santa Cruz e de todos familiares e ex-integrantes dos movimentos de resistência, porque entendemos que houve uma lesão muito grave", afirmou. Também entraram na Comissão o deputado federal Filipe Barros (PSL) e Wesley Maretti, Coronel da reserva do Exército.

As alterações aconteceram uma semana após o colegiado divulgar o atestado de óbito de Fernando Santa Cruz, pai do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz. O documento coloca que a morte foi de forma violenta e não natural enquanto ele estava sob tutela do Estado brasileiro no período da Ditadura militar. 

A ministra Dâmares Alves disse que a substituição foi pedida no final de maio e não teve relação com a polêmica envolvendo a morte de Fernando e as declarações recentes de Bolsonaro. Em nota, o Ministério registrou a vontade de "acelerar o serviço para que os familiares requerentes obtenham a respostas sobre o paradeiro de seus entes queridos".