A Great Wall, gigante chinesa que só em 2021 produziu um milhão de veículos em suas fábricas, vai investir R$ 10 bilhões no Brasil nos próximos quatro anos, assumir uma fábrica no interior paulista (sem usar nada do maquinário atual) e lançar 10 veiculos híbridos e elétricos no mercado nacional. 

No plano está a elevação da capacidade de produção da unidade de 20.000 para ate 100.000 unidades por ano destinadas ao Brasil e América Latina. 

A GWM vai contratar 2.000 funcionários, gerar outros 8.000 postos indiretos e planeja um faturamento de R$ 30 bilhões. “Nossa fábrica será a única ao sul dos Estados Unidos e vai produzir unicamente produtos híbridos e elétricos”, disse Pedro Betancourt, diretor de relações externas da Great Wall durante o evento de lançamento da marca.

Iracemapolis será a quarta a unidade completa de produção da Great Wall e servirá como centro de exportação para a América Latina. A promessa é de 60% de nacionalização dos veiculos já em 2025. Estão nos planos o desenvolvimento de tecnologia de célula de combustível de etanol, projetos com universidades locais e formação de uma equipe técnica composta por brasileiros.  

Koma li, diretor da marca no país, falou da estratégia da GWM em investir US$ 15 bilhões em pesquisa e desenvolvimento além de atingir 25% das vendas fora da China. “O Brasil é o país obrigatório para qualquer companhia que quiser liderar a revolução tecnológica no mundo”, disse o executivo. 

A marca quer produzir 1 milhão de veículos elétricos neste ano em nível mundial e tem planos audaciosos para o Brasil. Em vídeo, Wang Fengying, Vice Chairman e Presidente mundial, disse que “os brasileiros vão desfrutar de uma mobilidade sustentável e acessível” com a inauguração da unidade. 

Novos produtos 

A Great Wall deve iniciar o ano importando as primeiras unidades dos veiculos da China. A partir do próximo ano poderá introduzir a produção em kits CKD (completamente desmontados) e nacionalizar os veículos em um intervalo de três anos. 

São cotados para o país a família de SUVs da linha Haval e também a pick-up Poer. Conforme o anúncio, todos os produtos feitos no Brasil terão tecnologia híbrida ou eletrica.

A marca promete introduzir em seus modelos tecnologias de condução autônoma, conectividade com sistema 5G, inteligência artificial e veiculos com tração elétrica. 

A GWM não é gigante à toa. Estabelecida em 1984 é uma empresa privada e já a partir de 1997 passou a exportar produtos para outros mercados. Hoje conta com 19 fábricas no mundo e desenvolve produtos em 8 nações. Presente em 60 mercados tem uma joint-venture com a BMW e no segmento de baterias de modelos elétricos tem parceria com o grupo Stellantis além da Ford.