Guedes admite que BC pode emitir moeda para controlar crise

Ideia também foi defendida pelo ex-presidente Lula

Por Da Redação
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Guedes admite que BC pode emitir moeda para controlar crise

Foto: Reprodução/Agência Brasil

O ministro da Economia, Paulo Guedes, não descarta a possibilidade de emitir moeda para conter os efeitos da pandemia do coronavírus na economia. O chefe da equipe econômica também admitiu a possibilidade de que a União se endivide para pagar a conta. Em audiência pública na comissão mista do Congresso que discute os efeitos da crise, nesta quinta-feira (30), Guedes foi perguntado por parlamentares se a emissão de moeda era uma opção e respondeu que "sim". 

"Se cairmos em uma situação de armadilha de liquidez, em um cenário de inflação zero, o Banco Central pode, sim, emitir muita moeda e comprar dívida interna", disse. "Se a taxa de juros for muito baixa, ninguém quer comprar título longo e, aí, pode monetizar a dívida sem que haja impacto inflacionário", explicou Guedes. "Estamos atentos a todas as possibilidades”, assegurou. De acordo com ele, um bom economista "não tem dogma" e pode mudar o foco de ações para lidar com crises. O ministro acredita que, no cenário atual, é possível "monetizar a dívida, sem gerar impacto inflacionário”.

A estratégia seria comprar, por meio do Banco Central, títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional. O crédito emitido seria usado para arcar com gastos decorrentes da crise. A impressão também foi defendida, na última quarta-feira (29), pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista a uma rádio. O petista concorda que não haveria risco de aumento de inflação, porque a pandemia resultou em queda de demanda.  

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, porém, não considera que essa seja a melhor opção. “Não sou favorável. O argumento de que eu vou imprimir dinheiro porque a inflação está relativamente baixa é um argumento perigoso", afirmou. “Eu acho que a saída não é por aí. É uma ideia, sempre a gente discute todas as ideias, mas hoje, e obviamente tudo pode ser modificado dependendo do que aconteça, mas hoje nós não entendemos que é a melhor saída não”, afirmou Campos Neto.

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