Guedes discursa em evento sobre Orçamento no TCU e não cita offshore
Investigação aponta que ministro possui uma offshore em paraíso fiscal

Foto: Agência Brasil
O ministro da Economia, Paulo Guedes, discursou na abertura da “1ª Semana Orçamentária do Tribunal de Contas da União” na manhã desta segunda-feira (4), um dia após a divulgação por parte da mídia de que ele possui uma offshore em paraíso fiscal. No evento, o ministro não citou a denúncia e voltou a defender a desvinculação das despesas obrigatórias do Orçamento.
O nome do ministro foi citado na investigação que levou o nome de "Pandora Papers", apuração de um consórcio internacional de jornalistas investigativos. Guedes seria dono de uma empresa offshore, a Dreadnoughts International, registrada nas Ilhas Virgens Britânicas. A empresa teria sido criada em 2014 e tem mais de US$ 9,5 milhões investidos. A investigação apontou, ainda, que o ministro manteve a conta ativa mesmo depois de ingressar no governo, em 2019. Guedes pode ter lucrado mais de R$ 16 milhões com a desvalorização do real diante do dólar no governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
A investigação sobre offshores abertas em paraísos fiscais, como as Ilhas Virgens Britânicas, no Caribe, indica que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, possuem empresas e mantiveram seus negócios nesses locais mesmo depois de fazerem parte do governo federal, em 2019. Guedes e Campos Neto, no entanto, disseram que os empreendimentos estão declarados na Receita Federal e negam irregularidades.
A lei permite que brasileiros mantenham empresas offshore, contanto que elas sejam declaradas à Receita Federal e ao Banco Central. Guedes e Campos Neto atuaram de forma decisiva para modificar as regras para os donos de offshore em julho de 2020. Entre as medidas, houve a elevação no limite de depósito de valores no exterior que precisa ser declarado.